* Blog Stories #01 - Inicio


Lisboa, Abril de 2007...

... e tudo começou…
Eu gostava de ler alguns blogs deste típo… dedicava-me a entrar na imaginação de vários bloggers, mas existia um que eu seguia diariamente. Eu adorava as palavras da “Paixão, uma rapariga que trabalhava num centro de investigação, e estava a terminar o seu doutoramento.

Para além das suas palavras, gostava da forma sensual como ela por vezes, publicava fotos suas… reservava sempre o seu rosto, mas mostrava o seu espírito ousado… gostava daquele espírito… do vulto do seu corpo num quarto com pouca luz, da foto dos seus pulsos presos com uma algemas cor-de-rosa felpudas…eu estava sempre ansioso pelo próximo post...

Eu mostrei à “Paixão” alguns textos e algumas histórias que já tinha escrito inspirado no seu blog, e ela lançou-me o desafio: “porque não crias o teu blog?”... gostei da ideia, aceitei o desafio...

E assim começou a “Simples Atracção”…

Boneco Azul

Naquela tarde, eu tinha a casa livre para mim e para a Matilde, pois os meus pais tinha uma consulta no medico ao final do dia. Fantástico. 
Quando lhe dei a noticia ela também ficou super contente, até porque tínhamos muito poucas oportunidades para estar os dois sozinhos, e porque ela não conhecia o meu quarto. Ela era super curiosa.  
Quando lá chegamos, ela correu para o quarto, e a reacção que ela teve foi a mais estranha que eu podia imaginar: começou a chorar. Fiquei espanto e perguntei-lhe: “que foi? Que se passa?

Aquela reacção foi simplesmente de emoção, de nostalgia, pois no meu quarto ainda estavam muitas marcas do tempo em que a minha irmã era solteira, e no canto junto ao roupeiro estava um pequeno peluche azul. A Matilde agarrou-se aquele boneco emocionada.

Eu perguntei porque é que ela estava assim, pois tratava-se de um simples boneco azul, sem grande significado, e ela, com um sorriso nos lábios e agarrada ao ursinho começou a contar as razões de tanta alegria: “Eu cresci com um peluche igualzinho a este em cima da minha cama. Tinha sido oferecido no Natal pela minha tia. Era o meu confidente, sabia dos meus problemas e dos meus desejos. Passei momentos únicos, que nunca mais vou esquecer, agarrado a um boneco igual a este."
"As minhas amigas contavam-me histórias e momentos que viviam com os namorados. Momentos de paixão, de amor ou de tesão. Sentimentos e momentos que eu nunca tinha vivido, apenas imaginado. Eu era tímida com os rapazes e sentia vergonha do meu corpo. Apenas aquele boneco me conhecia nua.

Depois de ouvir algumas histórias de colegas minhas, sobre a possibilidade de uma rapariga poder atingir prazer sozinha, sem ser necessário estar com um rapaz, foi aquele boneco que me ofereceu o meu primeiro orgasmo. Coloquei-o no meio das minhas pernas, e com os olhos fechados, imaginei que aquele boneco tinha vida. Com a minha mão, aquele boneco ganhou mesmo vida, e eu ganhei sensações que nunca tinha sentido. Arrepios, espasmos, tremuras de prazer.

Salpicos de Fama

Eu tinha tirado aquele dia de férias para tratar de alguns assuntos pessoais, o que é certo é que a chuva complicava o trânsito. Aquelas primeiras chuvadas de Outubro deixaram as estradas alagadas, e foi quando passei mesmo em frente à estação de comboio de Santa Apolónia, que involuntariamente, molhei uma jovem que estava no passeio a tentar apanhar um Taxi.

Não consegui seguir o meu caminho… Parei o carro e voltei para trás. Ela estava a chorar pois tinha acabado de chegar a Lisboa e agora estava toda suja com lama e molhada. Eu sentido-me culpado, disse para ela vir comigo, pois roupa de mulher era coisa que não faltava lá em casa, do tempo em que a minha irmã vivia comigo.

No caminho, ela contou-me que tinha chegado a Lisboa para participar para um programa de TV, e naquele dia o casting era num teatro. Todos os amigos elogiavam os seus dotes vocais, e ela decidiu ser testada, para saber se tinha mesmo jeito para cantar. Confessou-me estar muito ansiosa, pois o júri daquele programa era sempre muito duro e sarcástico, mas pelo menos ela já estava na segunda fase.

Rapidamente chegamos ao meu apartamento, e quando ela entrou no wc para tomar o duche,e eu lhe entreguei o lençol de banho, em tom de brincadeira disse-lhe: “canta no chuveiro para te ouvir…” Ela sorriu, e assim que começou a agua a correr, eu ouvi uma deliciosa voz, a cantar Alicia Keys, Sheryl Crow e Joss Stone. Um ritmo perfeito, uma voz doce, um timbre fantástico. De uma forma involuntária, entrei dentro daquele wc para a ver cantar. Fiquei fascinado… Aquela voz deixou-me praticamente hipnotizado, e agora os meus olhos também vidrados com a perfeição daquele corpo. Ela quando se apercebeu da minha presença calou-se, e ficou envergonhada, tentando  tapar-se, mas eu nem reagi. Eu apenas pestanejava em silencio.

Ela saiu da banheira e veio da minha direcção, para tentar perceber se estava tudo bem comigo. Eu disse-lhe: “Tu és perfeita, cantas divinalmente bem…” Já enrolada no lençol, ela transmitiu um sorriso de grande felicidade e perguntou-me: “Achas que posso ser um Ídolo?” “Claro que sim, tu vais longe”, e ela agarrou-se a mim de contente. Aquele abraço, naquele perfeito corpo, deu origem a algo que dificilmente algum dos dois imaginava sentir naquele momento: um beijo. 

* Sotão da Avó

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Em Setembro, passava os dias na casa da minha avó até as aulas começarem.

Nesse ano a minha avó tinha visitas lá em casa, os primos Carvalho, que eram emigrantes em França e que este ano vieram passar uma semana com ela.

Para ser sincero nunca gostei muito deles, apesar de serem simpáticos, mas irritava-me estar sempre a ouvi-los falar francês.

Para me manter afastado deles refugiava-me no sótão, que tinha uma pequena varanda com vista para um campo de milho que a minha avó tinha com muito orgulho. Gostava de lá passar as tardes a ler os livros antigos que a minha avó lá guardava. Nesse dia descobri que a minha avó tinha um baú com uma invejável colecção de Revistas Maria...

Comecei então a desfolhar a parte mais conhecida da revista. A ler as dúvidas e as interrogações dos leitores. Estava muito entusiasmado e empolgado e estava também a esclarecer muitas dúvidas, que eram normais devido à minha falta de experiência.

Ler aquilo excitava-me e despertava em mim grande curiosidade para estar com uma rapariga. Fazia-me sonhar como seria a minha primeira vez. 

Eu estava com a mão dentro das calças de ganga e tão concentrado na leitura, que nem notei que a Vanessa (minha prima e filha do casal Carvalho), tinha subido as escadas de ferro em caracol que faziam a ligação ao sótão, e que me estava a observar à entrada do alçapão. 

Era uma rapariga três anos mais velha do que eu, que mal falava português...

Quando reparei que ela ali estava, rapidamente tentei disfarçar o que estava a fazer... ela subiu e foi ter comigo. Naquele sotaque engraçado pediu-me que eu continuasse, fiquei sem jeito, mas foi ela mesmo que desapertou o cinto das calças, e as baixou até aos meus joelhos.

Por momentos pensei que ia ser a minha primeira vez, mas ela apenas me queria observar, sentou-se no chão, mesmo à minha frente e fixou aqueles bonitos olhos azuis em mim. 

Eu lentamente tocava-me, até porque eu estava de um modo que qualquer movimento mais rápido poderia ser o final da brincadeira. Ela estava a ficar ansiosa.

Ela de modo a me provocar, deixou as alças do seu top descaírem sobre os seus ombros, deixando bem visíveis aqueles belos seios, pois é, ela sabia que com aquela visão mesmo à minha frente eu não iria resistir muito mais tempo. Fixei os olhos naquele corpo perfeito e delicioso, e ela disse-me “Touchez-moi…”. 

Eu não percebi o que ela dizia, mas senti que era uma ordem para lhe tocar… e toquei. Senti, beijei, saboreei aquele peito. A minha língua caminhou lentamente ao redor daquele mamilo, de forma circular deixando duro e eriçado. Eu suguei-o e percebi que ela estava a gostar. Do lado direito e do lado esquerdo, os meus lábios queriam senti-la viva e intensa. Eu começava a descontrolar-me.

Ela percebendo a minha ansiedade e descontrolo voltou a dizer-me qualquer coisa que eu não percebi, no entanto o seu dedo apontando para o seu peito era a ordem para a fazer sentir o meu prazer tocar na sua pele. 

Eu correspondi, e tudo correu no seu peito lentamente, passando naquele duro mamilo, e acabando por pingar na sua barriga…

Nesse dia aprendi, que há linguagens que são universais...

Foto: Pete Leonard (Corbis.com)