* Preservativo Vermelho


Era fantástico andar naquela Escola, os amigos, os colegas, as raparigas, tudo me deixava feliz. Eu era um rapaz conhecido por todos na escola, pois pertencia à Associação de Estudantes e estava sempre presente em todas as iniciativas que eram organizadas para os alunos.

Esta popularidade fazia com que muitas raparigas estivessem interessadas em mim, mas eu sempre fui um rapaz muito selectivo, e não era capaz de estar com uma rapariga que não me interessasse, nem que fosse apenas para uns curtes.

No entanto, foi numa visita de estudo que conheci melhor a Mariana, a menina bonita da Turma B. Nessa visita que fizemos ao Convento de Cristo, em Tomar, ficamos sentados lado a lado no autocarro, e durante toda a viagem fomos a descobrir a grande quantidade de coisas que tínhamos em comum. Foi nos claustros do convento, debaixo de uma arcada, que demos o nosso primeiro beijo.

A viagem de regresso à escola foi bem diferente, colocamos o meu blusão em cima das nossas cabeças, e fizemos todos aqueles quilómetros, como os nossos lábios colados um no outro, com a língua sempre em movimentos, e com as nossas mãos a descobrir os nossos corpos.

Iniciamos assim um namoro adolescente, mão-na-mão. Passávamos as tardes no banco jardim, no cinema, a estudar ou então a passear no shopping. Depois de algumas semanas de namoro, senti a Mariana mais atrevida, mais curiosa com o meu corpo, mas tentei ser reservado. Eu morria de curiosidade para ver o peito dela, sentir o seu corpo nu colado no meu, mas tinha receio desse momento.

Naquele dia, não houve aulas, porque o conselho directivo organizou uma iniciativa para se falar sobre a SIDA. Durante a manhã tivemos a ouvir um médico especialista a falar sobre o assunto e a esclarecer todas as dúvidas que pudessem surgir. No final da conferência, foram distribuídos panfletos e preservativos gratuitamente. Nesse momento eu confidenciei à Mariana que nunca tinha tentado experimentar aquilo, nem sabia como se colocava.

Ela agarrou-me na mão, e puxou-me até à casa dela, que era no prédio mesmo em frente à escola. Fomos para o quarto, e ela disse que queria experimentar aquelas camisinhas.

Fiquei demasiado tímido, estava sem coragem para fazer aquilo, mas ela para me deixar mais tranquilo, tirou toda a sua roupa, e ficou completamente nua à minha frente e disse-me:”- vá, agora tu…”

Correspondi ao pedido dela. Estávamos incrivelmente excitados, como nunca tínhamos estado, ela abriu a cama, ficando os dois tapados debaixo daqueles lençóis brancos. Ela abriu um pacotinho, que continha um preservativo vermelho, e calmamente tentou colocar-me.

Esta primeira tentativa não correu muito bem. Abrimos outro pacote, e desta vez com a minha ajuda, ela conseguiu desenrolar todo aquele látex sobre a minha pele. Nesse momento, ela olha para mim, fixa os seus olhos nos meus, e pergunta-me: “-e agora? O que fazemos?” Bem, não aconteceu nada. Os nossos corpos colaram-se, rebolaram um sobre o outro, e encostei a minha excitação, ao ponto mais quente do corpo dela, mas sem entrar. Foi sem dúvida o nosso primeiro contacto íntimo. Eu senti que ela estava muito quente, e ela sentia-me incrivelmente duro. Mesmo sem entrar, quase não resisti, e logo de seguida, retirei-me para o wc, para me sentir mas satisfeito e aliviado.

Depois daquele dia, sempre que tínhamos um tempo livre corríamos para a casa da Mariana, e fomos descobrindo a nossa sexualidade passo a passo. Cada dia que passava, experimentávamos algo novo, uma nova sensação e um novo sabor, até chegarmos ao dia chave, em que usufruímos por completo, a verdadeira intensidade do sexo, mas sempre acompanhados por um preservativo vermelho…

Foto: Fancy (Corbis.com)

* Namorado Musculado




Eu andava nostálgico e não me apetecia estar sozinho. Tentei então falar com vários amigos para ir sair, mas todos já tinham compromissos. Faltavam 10 minutos para o trabalho terminar e na minha lista de contactos só me faltava convidar a Miriam, mas ela tinha namorado, no entanto arrisquei o envio do sms, pois o “não” estava sempre garantido.

Estranhamente, ela aceitou sem hesitações. Eu fiquei surpreso com a resposta. Telefonei-lhe, e acabamos por combinar o jantar em minha casa. Sugeri o filme “O Sexo e a Cidade” para depois do jantar, até porque é o tipo de filme que as mulheres gostam.

Ela foi extremamente pontual, e chegou com uma roupa descontraída de quem tinha saído recentemente do ginásio. Ela era uma eterna desportista, e dedicava várias horas por dia para se manter em forma. O namorado dela era um dos personal trainer do ginásio onde ela treinava diariamente.

Eu decidi preparar para o jantar um prato que sei fazer muito bem, um tagliatelle com camarão e molho de caril, acompanhado com um lambrusco bem fresco. Durante todo o jantar ela confessou-me que não estava feliz na sua relação, porque o namorado só pensava nos treinos e nos músculos, e que toda a medicação e hormonas que ele tomava para moldar o corpo, alteravam e muito, o seu desempenho como homem. Eu fiquei sem saber o que dizer, mas tentei levantar-lhe a moral, dizendo que isso seria certamente apenas uma fase.

Depois do jantar, fomos até ao sofá ver o filme, mas passados 10 minutos ela pediu-me se não podia ver o filme deitada no sofá, para poder esticar as pernas, pois estavam doridas do treino. Aceitei sem problemas, e ela deitou a cabeça em cima das minhas pernas, e esticou-se por completo para o outro lado.

Aquela roupa que ela trazia, bem colada ao corpo e o umbigo à mostra, era algo que não me deixava estar concertado nas aventuras de Sarah Jessica Parker. Involuntariamente, e mesmo contra a minha vontade, eu começava a ficar excitado. Ela olhou para cima, esboçou um sorriso. Ela como tinha a cabeça deitada sobre o meu colo, estava a sentir-me a ficar duro, e disse: - “Estás a ver? É exactamente nesse estado, que o meu namorado raramente consegue estar…

Eu não me consegui justificar. Ela rodou o corpo, e em vez de estar de barriga para cima, ficou de barriga para baixo, e começou a beijar o meu corpo sobre a minha roupa. Senti que ela queria sentir, o que o namorado não lhe dava. Desabotoou-me as calças e beijo-o, em todos os sentidos. Percorreu-o com a língua, sem nunca o colocar dentro da boca, lentamente, sentido da pulsação do meu corpo.

Ela discretamente, retirou aquelas calças justas ao corpo, e o olhar dela quase que me ordenou que a minha língua fosse sentir a sua temperatura mais íntima. Lambi aquele jardim secreto e bem aparado. A minha língua sentiu toda a firmeza dos seus músculos. 

Era sem dúvida, uma mulher quente e musculada. Era bom sentir a minha língua percorrer cada centímetro daquela zona do seu corpo. A minha língua entrou dela o conseguiu, e lá dentro a ponta mexia-se vorazmente, numa velocidade incrível. Eu adoro penetrar uma mulher com a minha língua.

O nosso desejo tornou-se incontrolável e irracional. Eu dei-lhe forte, muito forte, impulsos de prazer marcados por penetrações incríveis, e com as palmadas marcantes que lhe dei no rabo. “É isto que queres e o teu querido não te dá? Então aproveita e sente tudo dentro de ti, bem fundo e duro como tu gostas… és deliciosa, e eu estou adorar estar dentro de ti… vamos aproveitar isto ao máximo, e guardar este segredo…”

Era aquilo que ela queria… e eu também... e foi incrivelmente delicioso. O filme? Quando terminamos, passava no ecrã a ficha técnica. Até hoje, a caixa está pousada ao lado da tv, a aguardar um novo convite. Será que a Miriam quer regressar para ver o final do filme?

Foto: Fotostudio FM (Corbis.com)

* Roupeiro Feminino

A Isabel era uma jovem independente, com algum dinheiro e proprietária duma empresa de publicidade em Lisboa, mas devido à crise e à falta de novas campanhas, decidiu enfrentar uma nova etapa na sua carreira, a abraçou um convite para criar uma nova agência no Rio de Janeiro, deixando a Europa.

Ela queria mesmo virar uma página na sua vida, e começar tudo de novo, e o primeiro passo seria, antes de viajar, desfazer-se de todas as suas roupas, comprando tudo de novo quando chegasse à “cidade maravilhosa”.

Ela antes de entregar tudo a algumas instituições, perguntou à minha namorada, a Marina, se queria passar em sua casa, para escolher algumas peças para si. A Isabel comprava roupa cara, e muitas daquelas peças eram praticamente novas. Quando a Marina lá chegou, ficou fascinada com a colecção de roupa que existia naquele apartamento, e eu acredito, pois a Isabel sempre foi uma mulher elegante e muito bem vestida. A oferta daquela roupa tinha uma condição: tudo tinha de lhe servir.

Desta forma, a Marina teve de experimentar toda a roupa que mais gostou, e teve uma sorte incrível, pois usava exactamente o mesmo número da Isabel. Foi uma tarde de confraternização feminina, a falar de moda e de roupa. A Isabel e a Marina, experimentavam tudo, e o que é verdade é que aquilo acabou por criar uma ambiente bastante próximo entre as duas. 

Com pouca roupa vestida, os dois corpos tocavam-se casualmente, e cada toque aumentava a cumplicidade, e secretamente alimentava um desejo inesperado.

A Isabel acabou por perguntar: “queres experimentar esta minha roupa interior da Dior, que comprei em Paris? Fica perfeito com este vestido…” O valor e a marca da roupa é algo que faz subir a auto-estima de uma mulher, e a Marina, aceitou experimentar aquela lingerie estupidamente cara.

O momento em que ela vestiu aquela lingerie aqueceu os espíritos, e a Isabel disse, tocando-lhe: “este tecido é muito confortável, e vale efectivamente o preço…” O problema foi o sitio e a forma onde ela tocou, enquanto disse esta frase. A Marina arrepiou-se. A Isabel continuou aquele carinho feminino, e prolongou aquele toque subtil, sob o tecido daquela roupa interior. Aquele dedo sentiu a temperatura a subir, e o desejo secreto da Marina pedindo para ela continuar. A Isabel enquanto tocava confessou: “se esta lingerie falasse… tinha muitas histórias para contar… e historias muito atrevidas… já deixei este tecido muitas vezes molhado…

O toque feminino era meigo, carinhoso, utilizando a velocidade e a forma perfeita para qualquer mulher. Já em silêncio, ela continuou, e os movimentos lentos daquele dedo prolongaram-se inesperadamente. Uma mulher sabe tocar    noutra mulher na perfeição, e tudo se torna delicioso. Imaginas onde andava o dedo dela?

Aquilo proporcionou um gozo tremendo às duas, originando uma sensação semelhante, à eminência de um momento de prazer que nunca chega…  a Marina encontrava-se numa prolongada fase de pré-orgasmo…

Será possível oferecer tanto prazer a uma mulher com tão pouco? Tocando-a apenas suave e subtilmente no sitio certo? Isto não será quase uma tortura? Ou apenas uma sensação de prazer interminável?

Foi a Marina que me contou esta história, com um brilho nos olhos, e com o desejo secreto de repetir. Ela criou o desejo íntimo de estar com uma mulher, ela queria sentir outra mulher, mas agora por completo, em toda a sua plenitude. Ela agora queria sentir uma mulher pele na pele... por fora e por dentro…

A roupa da Isabel? A Marina ficou com tudo, incluindo aquela roupa mais íntima, que alimentou deliciosos momentos entre os dois… eu ficava louco, só de imaginar onde aquele tecido já tinha estado…

Foto: _ (Corbis.com)

* Gravidez de Solange



Conheci a Solange num Bar que frequentava com os meus amigos, não muito longe de minha casa.  Acabamos por trocar contactos, telefone e email, e quando não nos encontrávamos à noite, acabávamos sempre por nos comunicar de outro modo.

Solange era Engenheira do Ambiente e as suas opções sexuais eram apenas femininas. Vivia num apartamento no centro da cidade, com outra mulher, ligeiramente mais velha, e que tinha um cargo importante no Ministério do Ambiente. Aquela relação não estava a ser fácil.

Numa tarde, Solange ligou-me, convidou-me para jantar em casa dela, pois tinha tomado uma decisão importante na vida, e tinha um pedido para me fazer. Fiquei curioso, e aceitei. Jantamos os três, e no final, depois da sobremesa, Solange comunicou-me que queria ser mãe, e gostava que o pai da criança fosse eu.

Fiquei sem resposta por alguns segundo, mas espontaneamente acabei por responder que teria muito gosto, em ser o pai do seu filho. A Solange então combinou comigo, quando fosse o dia indicado, ela iria me telefonar a combinar para eu ir lá a casa. Durante alguns dias reflecti profundamente sobre o que isto significava…

Na semana seguinte, ela disse estar tudo preparado. Eu desloquei-me até lá, e fiquei a assistir a um momento intimo daquelas duas mulheres. Era o tónico para eu ficar quente, para depois deixar dentro da Solange, o que ela queria. 

Confesso que foi delicioso ver aquelas duas mulheres a entregarem-se por completo, mas Solange chamou-me. Nessa noite limitei a deixar dentro dela, o fundamental para ela ser mãe, mas aqueles poucos minutos que tive dentro dela, criaram uma vontade para algo mais entre os dois. Abriu-nos um secreto apetite.

No dia seguinte, ela voltou a ligar-me, para voltarmos a tentar. Desta vez ela estava sozinha em casa. Senti que este pedido era para algo mais demorado e completo. Tivemos uma noite maravilhosa. A Solange estava a desfrutar de um homem, como nunca tinha feito na vida. 

As minhas fortes penetrações era algo diferente do que ela habitualmente sentia. Foram diferentes sensações, e um prazer com diferente intensidade. Alguma semanas mais tarde, a Solange voltou a telefonar-me, a comunicar-me que não tinha engravidado, tínhamos de voltar a tentar. Eu convidei-a a ir passar um fim de semana, na casa de férias de uns amigos em S. Martinho do Porto. Ela aceitou.

Naquele fim de semana, ela aproveitou aquilo que lhe faltava todos os dias, e que a sua companheira não lhe oferecia. Melhor do que qualquer objecto, que funciona a pilhas, era sentir a minha pele, e a minha carne, numa intensa fricção dentro do seu corpo. Ela queria mais, pedia sempre mais. 

Parecia que me pedia algo que não fosse carinho. Ela queria sexo intenso e forte. Ela nunca queria nem dedos, nem língua, queria sempre a minha tesão dentro dela. 

Nestes dois dois, as tentativas para que ela ficasse grávida foram bastantes, e depositando sempre a minha parte, bem dentro do seu corpo. Bem fundo. Eu percebia que ela estava a desfrutar da minha companhia, e comecei a despertar nela o interesse por um homem.

Na semana seguinte, voltamos a encontrar-mo-nos mais algumas vezes. Mais do que a vontade de ser mãe, ela estava desejosa do meu corpo. Ela só pensava em sexo, e na intima sensação de sentir o meu liquido quente a escorrer dentro de si. 

Estes nossos encontros acabaram por terminar a relação que ela tinha com a outra mulher, e acabaram por se separar. Algumas semanas mais tarde a Solange ligou-me radiante:”Consegui, estou grávida”. Esta noticia, foi a melhor prenda de natal que poderia ter recebido. Depois de sentir o seu objectivo realizado, ela acabou por envolver-se com outra mulher, mais jovem, numa relação mais estável.

A Solange recebeu, uns meses depois, uma incrível proposta, e uma excelente oportunidade de trabalho em Los Angeles, e viajou com a sua nova companheira, nesta nova fase da sua vida. Elas agarraram determinantemente esta oportunidade para fugir ao preconceito…  e o Pedro, depois de nascer, passou a ser verdadeiramente o único homem da sua vida.

Foto: Medioimage (Corbis.com)

* Chiado Inesperado

Foi na Rua Garrett, em Lisboa, que o meu corpo se sentiu pela primeira vez descontrolado, com uma atracção inexplicável, por um rosto singelo e tímido.

Eu subia em direcção ao Largo Camões e ela descia em direcção à Rua do Carmo. Mais a baixo ou mais a cima, quase todos os dias o nosso olhar se cruzava. 

Eu não conseguia destacar nada de especial naquele corpo, mas o conjunto enchia-me as medidas. Eu inexplicavelmente desejava aquele corpo e sentia uma desmedida atracção.

Eu adorava os dias de chuva quando ela passava por mim com o cabelo húmido despenteado. E foi num forte aguaceiro de Abril, que o inesperado aconteceu. 

Sem estarmos preparados, começou a chover intensamente e ficamos os dois sem reacção, e eu impulsivamente, agarrei-lhe no braço, e puxei-a para um pequeno recanto perto do shopping, onde não existe comércio, porque as lojas estão todas fechadas. 

Ficamos os dois protegidos da chuva, mas totalmente desprotegidos para um desejo que se vinha a apoderar de nós nas últimas semanas.

Ela estava com o cabelo húmido mas com cheiro a shampo, e eu, sem dizer uma única palavra, encostei-a à parede, e fiz a minha mão subir a sua perna. Ela nem reagiu nem se opôs. Toquei-lhe na sua intimidade, e senti que estava muito mais húmida que o seu cabelo. 

Foi naquele momento que senti toda a atracção a transformar-se em desejo. E correndo o sério risco de sermos vistos por alguém que olhasse para aquele recanto, eu não podia parar, e tinha de alimentar ferozmente aquele desejo.

Inclinar o seu corpo ligeiramente para a frente, e desviar ligeiramente a sua roupa interior, foi o início de algo que os dois mais queriam naquele momento, sexo. 

O seu corpo aceitou-me na perfeição logo no primeiro impulso, e eu fui implacável com ela, comportando-me como uma macho devorador e feroz no seu habitat natural, dizendo apenas e sem pausas: “toma… toma… toommmaaaa…tommaaa… grrrr”. Que mulher profunda e ardente, capaz de aguentar tudo numa situação de perigo, mas era esse mesmo perigo que aguçava o prazer.

Eu não sabia o seu nome mas já conhecia o seu cheiro e seu sabor. Senti que ao longe alguém se apercebeu do que se estava ali a passar, e gritou, mas nem eu nem ela nos incomodamos com isso. Estávamos a viver um momento de prazer inesperado que não tinha como ser interrompido. Quente. Molhado. Animal. As minhas mão variavam de sitio, alternado entre as sua cintura, os seus ombros ou o seu peito.

Aquele rosto tímido tinha se rendido a mim, à minha forte penetração, ao meu intenso poder de lhe oferecer tudo o que ela queria sentir. A temperatura quente dos nossos corpos conseguiu secar as nossas roupas, e eu sentia perfeitamente todas as contracções de prazer que o interior daquela jovem produzia. Eu sentia-me tremendamente apertado dentro do seu corpo, e adorava isso. Era sinal de prazer, de qualidade, de satisfação.

Ela era uma mulher de alta qualidade, e capaz de tudo. Eu estava fascinado, com tudo o que estava a viver, e com a possibilidade de tocar e sentir alguém como ela. O fogo tinha regressado ao Chiado de uma forma igualmente devastadora e perigosa.

Ficamos rendidos ao prazer, exaustos e sentados no chão. Depois de tudo, um simples beijo de agradecimento mútuo foi incrivelmente inocente. Eu não sabia nada sobre ela, mas sabia que tinha acabado de viver um momento inesquecível. Eu queria voltar a saborear aquele corpo quente, mas calmamente, sem perder um único recanto. A minha língua queria tocar-lhe por completo. Era o meu desejo mais secreto naquele momento.

De repente, ela levantou-se e escreveu num pequeno papel, enquanto eu ainda estava sentado no chão, colocou-me aquele papelinho no bolso das calças, e em passo de corrida desapareceu daquela galeria… o papel apenas dizia:”Chamo-me Catarina… descobre-me…” Eu aceitei aquele desafio… eu tinha mesmo de a voltar a descobrir… eu queria aquele corpo para mim… nem que fosse apenas só mais uma vez…

Foto: S. Hammid (Corbis.com)