Durante
aquela semana, depois da hora de almoço, regressava sempre ao trabalho a comer
um chocolate, talvez devido ao efeito comercial do Natal.
Não era
vulgar em mim, a tal ponto, que quando chegamos a sexta-feira, a habitual
segurança da entrada do edifício brincou comigo: “Nunca o tinha visto a
comer chocolate, e esta semana foi todos os dias… isso não será carência de
nada?” Este comentário foi o
mote para uma forte gargalhada dos dois, no entanto corei e não consegui
responder.
A Andreia (segurança),
percebendo que me deixou um pouco sem jeito e envergonhado, tentou remediar o
ambiente e rematou a conversa com um convite: “Bem, se é tão adepto de
chocolate, vou convida-lo para ir amanhã provar o fondue de chocolate que faço
lá em casa. Todos adoram. Aceita?”
Achei o
convite simpático, e como já conhecia a Andreia há algum tempo, aceitei o
convite sem problema nem hesitações. Quando cheguei a casa dela, não me parecia
a mesma mulher, pois sempre a conheci com a tradicional farda da empresa de
segurança, e naquela tarde estava vestida de um modo informal, com umas leggings pretas, cabelo solto e um top
azul. Na porta do apartamento, já existia a tradicional decoração de Natal.
Eu fui o
primeiro a chegar, mas logo de seguida chegou um casal de colegas amigos da
Andreia. Apenas existia chocolate negro para o fondue. Preparamos a fruta, ananás, uvas e morangos. Confesso que
achei delicioso a mistura dos doces sabores das frutas, com o amargo sabor do
chocolate negro.
O casal que
nos acompanhava era bastante simpático, mas recebeu um telefonema urgente e foi
obrigado a retirar-se. A justificação foi um problema de saúde na família.
Assim o Fondue ficou apenas para mim e para a
Andreia. Como éramos apenas dois, levamos tudo para uma pequena mesa, e ficamos
no sofá, era mais confortável.
Eu percebi
que a Andreia adorava os morangos cobertos pelo chocolate morno, e exagerava
sempre na quantidade e acabou por pingar um pouco desse chocolate para o
pescoço e pelo ombro. Eu, em tom de brincadeira, disse-lhe: “Espera, nada se
perde”, e rapidamente a minha boca a recolheu aquele chocolate quente.
Senti a pele
dela a arrepiar-se com o toque dos meus lábios, mas logo de seguida, não sei se
de forma voluntária ou casual, voltou a cair um pouco de chocolate, que desta
vez, escorreu rapidamente pelo seu decote. Desta vez, sem dizer nada, voltei a
recolher tudo, com a minha língua a repetir todo o percurso do chocolate. Desta
vez, a respiração dela alterou-se…
De seguida,
ela deu-me um morango na boca, deixando-me os lábios todos sujos com chocolate e reagiu: “Agora é a minha vez de
te limpar…”, e tocou a sua língua nos meus lábios. Foi sensual, excitante, arrepiante.
As duas bocas já tinham chocolate, e acabou por acontecer um beijo completo.
Aquele jogo
do “Agora é a minha vez de limpar” tornou se incontrolável, pois naquele
sofá, a roupa foi saindo, e o chocolate foi caindo em todas as partes do corpo,
no peito, no pescoço, na barriga, no umbigo… os dois queríamos ficar sujos…
O peito dela
foi percorrido pela minha língua vezes sem conta. Ela acabou por colocar tudo o
que restou de chocolate junto da sua barriga, deixando escorrer para a sua zona
mais íntima. Era ali que ela queria sentir a minha língua, e sentiu. Lambi de uma
forma incansavelmente saborosa e quente. Recolhi o pouco chocolate que acabou
por entrar dentro do seu corpo, e sempre de uma forma extremamente delicada.
A minha
língua deliciava-a, mas ela quis o prazer completo. Era impossível negar. Acabei
por entrar dentro do seu corpo. Aquele aroma achocolatado tornou-se
afrodisíaco, e dentro dela ficou uma simples combinação de “leite com chocolate”
Na segunda-feira
seguinte, lá estava novamente na recepção do edifício, a Andreia, fardada,
rabo-de-cavalo, com um ar sério e profissional, como se nada tivesse
acontecido. Nesse dia, à hora de almoço, em vez de regressar com o habitual
chocolate, passei junto dela a beber um pacote de leite com chocolate… ela percebeu
e sorriu…
Foto: Paul Taylor (Corbis.com)