A
nossa turma da faculdade sempre foi fantástica. Foram os melhores anos das
nossas vidas, pois existia muita amizade e cumplicidade entre todos. Quando era
necessário estudar, todos se apoiavam, e quando havia tempo para a diversão era
a alegria total.
Com o
passar dos anos, o Rafael, que sempre foi o delegado de turma, decidiu
organizar um jantar, que servia de reencontro de todos os colegas, num
restaurante que também nos marcou no passado.
Foi
espectacular reencontrar tantos ex-colegas, mas a minha maior surpresa, foi
reencontrar a Natália. Arrepiei-me quando os meus olhos se cruzaram com ela.
Senti borboletas na barriga. Ela estava mais linda e elegante do que nunca.
Naquela mesa comprida, ficamos sentados frente a frente.
Eu
sempre senti atração por ela, física e intelectual, mas nunca fui
correspondido, mas também nunca lhe confidenciei este meu sentimento. Sempre
que eu estava livre, ela tinha um namorado, e quando ela acabava a relação, eu
já estava comprometido com alguém. Faltou sempre oportunidade.
Durante
todos estes anos nunca me esqueci dela, mas tínhamos perdido o contacto. Ela
trabalhava em Paris, numa área totalmente diferente do nosso curso, era
responsável de imagem de uma multinacional. Ficamos durante todo o jantar a
conversar, esquecendo um pouco os outros colegas que estavam em nosso redor.
Estávamos inexplicavelmente atraídos. Eu percebi bem, as saudades que ela tinha
da nossa cidade, e dos tempos de estudante. Ela lembrava-se de tudo…
Ela
ficou surpreendida quando lhe contei que o bar de praia onde realizávamos as nossas
festas, estava pronto a ser destruído. Ela não queria acreditar e no final do
jantar confessou que gostava de voltar a visitar aquela praia. Fomos apenas os
dois, pois todos os restantes colegas foram para um bar com música ao vivo no
centro da cidade. Nós prometemos ir ter com eles, depois deste pequeno desvio.
A Natália ficou impressionada com o estado do areal. Ficamos sentados nos
degraus de entrada do bar, a observar o que a Natureza já tinha alterado
naquela praia. Ali ficamos a recordar histórias do passado…
Foi
nesse momento que ganhei coragem e lhe perguntei: “tens alguém?”. Uma resposta
silenciosa foi dada com um sorriso tímido e um beijo demorado, o nosso primeiro
beijo, tantos anos depois. Pela primeira vez estávamos os dois livres. Acabamos
por entrar dentro do bar, já parcialmente destruído, para recordar o local.
Rapidamente
os nossos corpos se interessaram noutro assunto. Deitados naquele chão prestes
a ser destruído, beijei aquele corpo como sempre desejei. Parecia perfeito, ela
tinha um sabor especial. As suas mãos incrivelmente bem tratadas, tocava-me
suavemente e acabaram por me ordenar a entrar dentro de si, indicando-me o
caminho desejado.
Entrei
dentro dela calmamente, saboreando cada milímetro do seu interior. O mais
interessante, é que a nossa conversa continuava: “lembras-te daquele dia…
lembras-te daquela vez… lembras-te daquela brincadeira” … a única coisa que
interrompia as nossas palavras, eram os suspiros e os arrepios que não
conseguíamos controlar. Naquele momento conseguimos ultrapassar a timidez de um
desejo antigo.
Que
mulher saborosa, como foi possível tantos anos depois? Nós ouvíamos a força do
mar, e sentíamos a intensidade do nosso prazer… A satisfação foi indescritível,
incrementando o arrependimento do tempo perdido. Porquê é que não lhe
confidenciei este desejo há mais tempo?
Nessa
noite aprendi que durante muitos anos me recusei a ser feliz, com medo de ser
rejeitado. Se nunca arriscares, nunca saberás se és correspondido… eu era
correspondido, e não sabia… Acabamos por ir até ao centro da cidade,
juntar-mo-nos aos restantes colegas… e todos ficaram pasmados quando nos
beijamos apaixonadamente. Aquele beijo significou muito…
Foto: A.Indien (Corbis.com)
Te um desejo incontrolável de prazer a flor da pele
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