Todos os verões, os fins-de-semana
na praia de Sesimbra eram prósperos em novas amizades. Criava sempre um grupo,
que começava com 4 ou 5 pessoas, e que ia aumentando até ao final do verão.
O nosso
local era conhecido, sempre ao lado do Forte de Santiago. Conversas, histórias,
aventuras, amigos e muita diversão.
Este ano,
juntou-se a nós, alguém que não me deixou indiferente. O corpo não era
fantástico, mas o sorriso, a maneira de falar e de se exprimir, aliado a um
misterioso olhar, mexiam comigo de uma forma, como eu nunca tinha sentido
antes. Licenciada, inteligente e intelectualmente muito interessante. Eu
adorava ouvi-la falar, e expressar as suas ideias e pontos de vista.
Nunca
conseguimos ter uma conversa a sós, mas eu sabia que era alguém como ela, que
eu queria para mim. Ela era romântica e apreciava homens românticos. Eu tinha
de usar todas as armas para a conquistar. Já estávamos em Setembro e o Verão a
terminar, e eu corria o sério risco de nunca mais a ver.
Nesse
mesmo dia, ela ficou sem boleia para casa, e eu prontamente ofereci-me para a
levar. Era a minha oportunidade. Ela morava na margem sul, bem perto do rio.
Decidi levá-la a casa de barco, pois acho que deste modo ia conseguir
surpreende-la, e assim provar o meu romantismo.
Esperei
que todo grupo se fosse embora da praia, e pedi-lhe que ela esperasse por mim,
pois iria atrasar-me uns minutos. Apareci na praia de barco, e chamei por ela.
Ela ficou sem reacção. Ficou fascinada e subiu para junto de mim.
Avançamos
sobre o mar em direcção à barra do Tejo, mas com o cair da noite, decidi parar
o barco, mesmo ao largo do Cabo Espichel, para podermos apreciar o Pôr-do-Sol,
mesmo com a Serra da Arrábida atrás de nós.
Nesse momento, surgiu o nosso
primeiro beijo. Longo, demorado e saboroso, no exacto momento em que o
astro-rei se despedia da linha do horizonte. Há muito que ansiava por beijar
aquela boca.
Já com
noite serrada, avançamos para a barra do Tejo, passando ao largo do extenso
areal da Costa de Caparica, sempre trocando beijos e carícias. Mas quando
começamos a avistar o Farol do Bugio, deparamo-nos com a Lua Cheia, a surgir
sobre a cidade de Lisboa.
Avancei
até à entrada do Rio e deixei o barco à deriva. Os nossos corpos colaram-se e
foram se despindo, como se fosse uma ordem da Lua, naquela noite quente. O
ritmo da nossa atracção era marcado pelo baloiçar do barco. Foi forte, muito
forte. A imagem doce e meiga que eu tinha daquela mulher, estava agora transformada,
pela forma louca, desvairada que ela se aproveitava do meu corpo. Nunca a tinha
imaginado assim.
Os nossos
corpos rebolavam, em constantes mudanças de posição. Adorei sentir o peito
dela, colado ao meu. Foi muito bom ouvir aquela doce voz, a fazer-me pedidos
ordinários ao ouvido. Nesse momento percebi que detrás daquela mulher serena e
inteligente, estava uma mulher ardente e intensa.
Foi
fantástico entrar dentro do corpo dela, sempre ao ritmo que era imposto pela
ondulação do Tejo. As gaivotas que sobrevoavam a embarcação eram a únicas
testemunhas do nosso desejo e do nosso prazer. Que momento delicioso que
vivemos os dois.
Ficamos
durante algumas horas, sem roupa e com os corpos colados, a saborear o calor da
noite e a observar o percurso da lua, naquele cintilante céu estrelado…
Foto: Ford Smith (Corbis.com)
Lindo....ha algo nesta historia ...sem palavras como sempre ,as tuas historias sao de uma louca fantasia que nos envolve como personagens delas proprias...bjs Angel allways
ResponderEliminarparabens
ResponderEliminarBela história...uma foda ao luar é maravilhoso...
ResponderEliminarHOT SPOT NO MSN:
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Voilá! Very romantic!
ResponderEliminarAdorei ... tudo: a narrativa, os detalhes e principalmente a intensidade transmitida.
ResponderEliminarParabens...fiquei fã ;))
http://pissanocuzinho.blogspot.com/
ResponderEliminarADOREI E TU?