Tudo começou com um sms enviado para um número errado. Foi
naquele final de tarde que recebi uma mensagem no telemóvel a pedir um
conselho, aparentemente sentimental, de um número que eu desconhecia.
Facilmente percebi que se tratava de um equívoco, mas ousei responder.
Foi assim que começou o nosso vicio, e começamos a trocar
constantes mensagens. Tudo foi assunto, trabalho, saúde, amor, frustrações e
desejos. Do nada, tornamo-nos cúmplices.
Geograficamente estávamos longe, mas emocionalmente muito
perto. Eu vivia em Lisboa e a Sílvia numa quinta perto de Peso da Régua.
Tínhamos ideias e objectivos diferentes de vida, e era isso que tornava
interessante as nossas conversas. Eu era um homem citadino, e ela uma mulher
dedicada às suas raízes. Ela era formada em arqueologia, mas dedicava-se quase
em exclusivo à produção de vinho, na sua quinta secular.
Não será difícil explicar que ficamos curiosos em estarmos
juntos, ficar cara-a-cara, e passados alguns meses, os quilómetros não forma um obstáculo, e eu rumei ao norte, com o objectivo de para passar umas horas com a
Sílvia.
Tínhamos combinado um passeio pelas paisagens do Douro,
que acabou por não acontecer. Quando cheguei junto dela, fiquei deliciado com o
brilho do seu olhar. O beijo que demos no rosto, foi o sinal do nosso desejo,
com força que foi dado, e quase a tocar no canto da boca.
Fiquei fascinado com a paisagem do local, e a quinta da
Sílvia era linda, numa paisagem encantadora, marcada claramente com a produção
de Vinho do Porto. Foi a caminho da adega, debaixo de uma pequena pérgula, onde
as folhas secas caídas já cobriam o chão, que nos entregamos.
Nós já sabíamos tudo um sobre o outro, e qualquer conversa
seria repetida, e os nossos corpos pediram para explorar o que ainda não
conhecíamos. Ficamos deliciados um com o outro, e criamos um momento mágico,
numa paisagem tão perfeita, como as sensações que estávamos a sentir.
Com tanta coisa que eu já sabia sobre ela, foi fácil
imaginar o modo que ela mais gostava, e toquei-lhe onde ela queria ser tocada.
Não foi preciso falar, e no silêncio daquela paisagem bucólica, os nossos
corpos encaixaram-se num doce encanto. Eu por cima e ela por baixo, olhos nos
olhos, meti tudo dentro dela, e facilmente percebi que ela gostava daquela
sensação de preenchimento completo. Sem tirar nada, iniciei o ritmado movimento
da minha cintura. Ficamos os dois focados naquele momento.
A sensação de preenchimento prolongou-se de um modo meigo
e carinhoso, e muito apreciada pelos dois, mas quando eu senti que estávamos
num ponto sem retorno, as minhas mãos seguraram as mãos da Sílvia, beijei-a
deliciosamente na boca, e ofereci-lhe a intensidade e a força dos meus movimentos,
proporcionando-lhe a veloz sensação de entrada e saída do seu corpo. Fomos
incrivelmente cúmplices naquele momento. Naquela tarde, não tinha muito mais
tempo para ali ficar, e tive de regressar a Lisboa com uma recordação
inesquecível das paisagens do Douro.
Depois daquele dia, o nosso vicio das mensagens continuou,
ainda mais intenso, desvendando todos os pormenores das nossas vidas, mas
pessoalmente, até hoje, só conseguimos estar juntos mais três vezes… para
voltarmos a não resistir, e voltar a acontecer tudo, deliciosamente como na
primeira vez… engraçado, que presencialmente pouco falávamos, e só conseguíamos
conversar por sms…
Foto: Wavebreak Media
(Corbis.com)
como sei...
ResponderEliminarcomo é...
um sussurro
Acho que vou te mandar um sms por engano, rs
ResponderEliminarBellisimo..
ResponderEliminarUn saludo.
lindo.....como entendo esta historia.... xx ANGEL
ResponderEliminaresta historia relata dois tipos de atracção... psíquico e fisico
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