* Agarrada ao Passado

Depois de ter passado toda a sua juventude a estudar num colégio de freiras, em que só passava os fins de semana em casa com os pais, a entrada na faculdade foi uma fase difícil na vida da Tatiana. Ela era uma rapariga calada, reservada, extremamente educada e com excelentes notas. Eu sentia-me atraído por ela, com o seu cabelo escuro que contrastavam com os seus olhos claros.

Fiz alguns trabalhos de grupo com ela, e tentei sempre mostrar o desejo que sentia por ela, no entanto ela ignorava as minhas investidas. No entanto, foi com a aproximação do dia de São Valentim, que senti a Tatiana mais frágil. Ela a assistir as colegas de turma a combinarem da prenda ideal para as caras-metades, deu origem a uma lágrima no seu rosto. Eu vi naquela lágrima algo triste na sua vida.

Cheguei junto dela, ganhei coragem e roubei-lhe um beijo, um beijo salgado, naqueles lábios molhados, acompanhado com aquela lágrima. Ela entregou-se por completo. E foi no final daquele beijo demorado que surgiu uma surpresa, e ela disse-me: - “acreditas que este foi o meu primeiro beijo? A primeira vez que os meus lábios tocaram assim num homem…” Senti que ela queria se entregar, ela queria ser amada, ela queria sentir-se mulher. Eu nem conseguia acreditar naquelas palavras. Seria possível um rosto tão bonito nunca ter sido beijado? 

* Noite de Tempestade




Na rua o vento não parava de soprar, e empurrava a chuva com violência para os estores do nosso quarto, e não me deixava dormir.

Ela já dormia profundamente ao meu lado.

O barulho dos relâmpagos arrepiava-me. Aquele terrível temporal deixava-me em transe… Olhei para ela. Estava com a sua mais recente roupa de dormir, que eu lhe tinha oferecido no natal. Pensei acordá-la, mas desisti. Comecei a tocar-lhe no corpo, a percorre-lo com suaves carícias, tocava-lhe no cabelo, no rosto.

Mesmo a dormir, sentia a pele dela toda arrepiada. Molhei o meu dedo no copo de água que tinha na cabeceira, e comecei a passar o meu indicador nos seus lábios húmidos, desci pelo pescoço e desci até aos seios, e cada vez que contornava o seu mamilo, sentia-a a morder o lábio. Continuei a descer suavemente até ao umbigo, e ouvia-a sussurrar para continuar. Ela já estava acordada, mas muito ensonada e sem reacção.

O meu dedo desceu rapidamente, e foi encontrar um paraíso com clima tropical, quente, e onde os níveis de humidade eram muito altos. Toquei-lhe com movimentos longos e leves, em busca do ponto mais quente, que seria a cratera de um vulcão em erupção, nesse clima tropical.

Acariciei-o com movimentos circulares, e com o dedo indicador, explorei toda a zona em seu redor. Sentia a humidade a aumentar, e o meu dedo escorregava de cima para baixo, aproveitando toda a sua viscosidade. Coloquei a palma da mão sobre o ponto mais sensível, penetrei dentro daquele quente vulcão, com um dedo, enquanto movimentava a mão, de modo a friccionar aquele ponto sensorial de intenso prazer.

Senti que um dedo era pouco, e penetrei-a com outro. Ela continuava com os olhos fechados, a saborear o presente que lhe estava a oferecer. Tinha os olhos fechados, mas estava bem acordada.

Os meus dedos entravam a uma velocidade baixa, e com um ritmo calmo e lento. Estava a adorar sentir, todos os recantos, todas as rugosidades do deu interior. E ao fim de alguns minutos, a voz ofegante dela fez-se ouvir, a pedir para ser mais intenso, mais forte e mais rápido. Obedeci.

Na rua o tempo estava mais calmo, e a tempestade parecia já ter passado, mas dentro daquelas quatro paredes, aquele vulcão estava na eminência de explodir.

Os meus dedos e a palma da minha mão aumentaram a velocidade, e comecei a sentir o descontrolo no corpo dela. Nunca a tinha presenteado com algo parecido, e estava a adorar. O interior do seu corpo fervia, enquanto saboreava a velocidade dos meus dedos, até que senti o momento, em que o seu corpo vibrou, e ela involuntariamente soltou silenciosos gemidos de prazer e satisfação. Eu tinha atingido o meu objectivo. Sentir na minha mão, todo o prazer da mulher, que eu adorava satisfazer.

Na manhã seguinte acordei sobressaltado. Ela decidiu saborear-me mole, pequeno e inerte, enquanto eu dormia. Ela quis-me sentir crescer dentro da sua boca. Quis sentir o aumentar da minha rigidez, em contacto com os seus lábios. Que deliciosa maneira de acordar. 

Eu queria acordar assim todos os dias. O movimento dos seus lábios na minha pele o tocar da sua língua em pontos-chave e o sugar da sua boca, provocou em mim, o meu mais rápido momento de prazer, que eu me lembro de ter vivido.

Ela olhou-me nos olhos, e com os lábios molhados do que eu lhe tinha acabado de oferecer, fez questão que eu visse o movimento da sua garganta, de modo a eu perceber que ela gostava de ter dentro do seu corpo, tudo o que era meu, e tudo o que eu lhe oferecia.

Foto: Vincent Besnault (Corbis.com)

* Doce Sobremesa

Eu e a Mafalda conversamos diversas vezes sobre a possibilidade de juntar outra mulher, numa das nossas aventuras, mas nunca tínhamos realizado esse desejo, até porque não saibamos quem estaria interessada, em tal aventura.

Entretanto, naquela tarde, recebi um telefonema da Diana, uma velha amiga, que esteve a viver alguns anos em Amesterdão, e que agora tinha regressado para Lisboa. Que grande surpresa, e quando ela me disse, que gostava de voltar a ver-me, na minha cabeça construí logo uma história.

A Diana sempre foi fascinada por relações perigosas e arriscadas, principalmente com outras mulheres, mas sempre totalmente descomprometidas. Decidi mentir-lhe, e disse que levaria comigo apenas uma amiga, que também tinha um fraco por mulheres.

À noite, num restaurante perto das Amoreiras, onde se come uma picanha fantástica, eu e a Mafalda chegamos atrasados, e quando entramos já a Diana estava sentada na mesa que eu tinha reservado, a beber a sua habitual caipirinha. O ar da Holanda fez-lhe bem, pois ela estava mais bonita que nunca.

Apresentei-lhe a Mafalda, e senti que existiu alguma afinidade entre as duas. Talvez o meu plano desse os resultados que eu pretendia, até porque eu conhecia bem aquelas duas mulheres. Entre a picanha e copos de sangria, nem demos pelo tempo a passar, mas muitas vezes durante a noite vi-me perdido no meio de uma conversa de mulheres. 

Talvez provocado pelo efeito daquela deliciosa sangria, apercebi-me diversas vezes, que a Diana encostava a sua perna na Mafalda, colocava-lhe a mão na coxa. Senti que se estava a criar um clima entre as duas.

Enquanto aguardávamos a sobremesa, a Mafalda levantou-se para ir até ao wc, e quase instantaneamente, a Diana também se levantou, e fez questão de a acompanhar. Desconfio que dentro daquela casa de banho das senhoras tivesse acontecido alguma coisa, pois demoraram tanto tempo, que o gelado escolhido pela Mafalda para sobremesa acabou por derreter. 

A sobremesa para elas, estava a ser outra. Quando regressaram à mesa, estavam as duas sem maquilhagem, com o cabelo diferente, e consegui detectar marcas de bâton, no peito da Mafalda. O meu plano estava a dar certo. Depois de sairmos, convidei a Diana para ir até nossa casa.

Era isso que ela queria ouvir. Quando chegamos a casa, o nosso quarto foi o destino, sem conversas, nem motivos, apenas desejo e vontade. Aquelas duas mulheres entregaram-se totalmente. Efectivamente a Diana tinha o dom de seduzir outra mulher. 

A roupa voou dos seus corpos, e as suas línguas e os seus dedos eram os pontos de acção. Eu também me despi, mas elas não estavam interessadas no que eu tinha para lhes oferecer, estavam vidradas uma na outra. Eu estava petrificado com aquela entrega total.

De modo a interagir com elas, ia beijando os seus corpos, enquanto as suas línguas percorriam as zonas mais quentes, mais húmidas e mais saborosas. O que mais me excitou naquela noite, foi quando as duas decidiram encostar as suas zonas mais quentes, e friccionarem uma na outra. Era incrível o barulho da mútua excitação em contacto. Foi com aqueles movimentos que as duas viram as estrelas, e mais que uma vez.

Quando se sentiram realizadas, olharam para mim, e viram o meu temível grau de excitação. Olharam para mim com um olhar matador, e sentir aquelas duas bocas em simultâneo em contacto com algo tão quente, foi o suficiente para eu não resistir...

Tanto prazer acabou por não ser recompensado, pois quando a Diana soube que eu tinha um relacionamento com a Mafalda ficou furiosa, e precisamente nesse momento perdi uma amiga.

Será que perder uma amiga pode ser compensado por um excelente momento de prazer?

Foto: _ (Corbis.com)

* Prova dos Nove



A D. Florinda era empregada em casa da minha avó já à bastantes anos, e era uma senhora que sempre gostou muito de mim, e eu também gostei muito dela. Gente pobre, humilde mas sempre muito honesta.

Sempre que eu precisava de uma limpeza maior na minha casa, ela fazia-me esse serviço, sem me cobrar nada. Eu nunca sabia como lhe agradecer.

Uma vez, em conversa com a minha avó, soube que a Rosário, a filha da D. Florinda, andava com negativa a Matemática, e eu, logo me ofereci para a ajudar, pois quando estava a acabar o curso na Faculdade, já tinha trabalhado num Centro de Explicações, precisamente de Matemática.

Agora era a minha vez de retribuir, e não iria cobrar nada, aliás, nem me sentiria bem comigo mesmo a cobrar dinheiro à D. Florinda. A Rosário era uma jovem interessante, uma beleza discreta, inteligente, e com uma timidez que por vezes se perdia, e se tornava totalmente desinibida. Tinha de ajudar aquela jovem a não reprovar.

A confiança que ela ganhou comigo, começou a servir em muitos casos, para ela me fazer perguntas que não consegui fazer à mãe, ou aos professores: ” O que é um Orgasmo? Como é que se consegue ter prazer?”

Eu achava graça às perguntas, e tentava sempre responder de uma forma séria. Até que num determinado dia, ela disse que ouvia as colegas a falar em masturbação, mas ela já tinha tentado, não sentia nada de especial, e perguntou-me se eu a podia ajudar.

Bem, fiquei um pouco sem jeito, e ela num momento em que perdeu por completo a timidez, baixou as calças, ficando apenas com umas cuecas rosa vestidas, e disse-me: “é assim que eu faço, mas não sinto nada de especial. Ou será que estou a fazer mal?

Eu fiquei vermelho como um tomate, não esperava um comportamento daqueles, mas também percebi que eram perguntas inocentes, sem segundas intenções, de uma jovem que apenas procurava conhecer melhor o seu corpo, e sentir o verdadeiro prazer de ser mulher.

Pedi-lhe então que se despisse por completo e disse-lhe: “ Toca-te sem receios nem pudor, entrega-te ao prazer, abre os lábios da tua intimidade, e de mansinho passa os dedos por todos os recantos, e mima-a, aumentado o ritmo onde mais gostas, sentindo a humidade, deslizando os dedos, como se estivesses a folhear um livro, vai descendo, coloca-os dentro dela, com o polegar amacia o teu clítoris, deixa-te levar pelo prazer usando a imaginação. Sente-te possuída pelo prazer do teu corpo e irás ser levada para um mundo longínquo onde só existe o teu prazer, e onde o teu corpo vai vibrar de uma forma incalculável, que dificilmente irás esquecer, e que depois irás querer repetir vezes sem conta, durante toda a tua vida…”

Olhei para o rosto dela, e parecia viajar por outros planetas. Perguntei-lhe se estava a gostar, mas ela não me respondeu. A resposta estava dada na expressão facial, gemidos de prazer e a sua curiosidade passou a desejo. Não lhe disse mais nada. Senti que a tinha orientado bem, e que ela já seguia no bom caminho.

Depois de ela suspirar bem forte, ficou mais relaxada e aliviada, e diz-me: “Ui professor, que coisa tão louca. Adorei toda esta descarga de sensações que torturava meu corpo, e que me fez vibrar descontroladamente de prazer, fazendo me sentir mulher. Estou deliciada com o meu 1º orgasmo e com uma enorme vontade de repetir, vezes sem conta. Se isto é a verdadeira sensação de ser mulher, adoro ser mulher”

Foto: Susanne Dittrich (Corbis.com)

* Presente Imprevisto

No meu dia de aniversário, realizou-se na garagem da minha casa uma pequena festa, com os meus amigos e colegas de escola. Uma clássica festa de adolescentes, com música, comida e bebida.

Nessa tarde fiquei surpreendido quando vi chegar o meu primo Ricardo, que era praticamente da minha idade, acompanhado com a Lúcia, a miúda mais gira lá da escola, ela era parecida com a Benedita Pereira. Fiquei roído de inveja, ela era giríssima, e na grande maioria dos meus sonhos mais quentes, ela estava lá sempre.

Fiquei toda a tarde a controlar os passos deles, mas de um momento para o outro, apercebi-me que tinham desaparecido os dois. Procurei em quase todo lado e quando subi ao 1º andar da casa, encontrei a porta do meu quarto fechada. Intrigado espreitei pela fechadura da porta e vi-os lá dentro.

Ele estava sentado na minha cama, ela no colo dele, tinha a blusa aberta e a saia levantada até à cintura. Entretanto fez baixar a tanga, que lhe ficou no meio das pernas. Eu consegui ver os pelinhos e os peitos enrijecidos que ele parecia devorar com a boca. Ela percorria com as mãos todo o comprimento do sexo dele que sobressaída por debaixo dos jeans.

Ele, subitamente, colocou a mão, no meio das pernas dela, e logo de seguida retirou para saborear. Aquele dedo molhado com a sua saliva voltou a penetra-la. Ela gemia baixinho, deliciada com o toque dos dedos do meu primo, na sua intimidade. Ele baixou as calças até aos joelhos e ela levantou mais a saia sentando-se em cima dele dando início à ancestral dança dos corpos.

Comecei a acariciar-me mesmo por cima das calças, imaginando-me no lugar de Ricardo, na minha cabeça era eu que a penetrava, que chupava aqueles seios, era a mim que ela gemia de desejo e de satisfação. Era no meu sexo que escorria a humidade dela. Estava a atingir um ponto em que sentia que me afastava do mundo, era eu e ela e aquele ritmo de prazer.

Precisamente nesse momento ouvi a voz do meu pai a chamar-me, estava na hora de cantar os parabéns. Logo na melhor parte! Tive de descer as escadas a correr, ia a morrer de excitação e cheio de curiosidade do que continuava a acontecer no meu quarto. Quando cheguei ao quintal, toda a gente dizia que também faltava o Ricardo, e o meu pai chamou por ele, o que fez que ele rapidamente aparecesse com a Lúcia junto de nós.

Nessa noite, depois de me despedir de todos os convidados, quando cheguei ao meu quarto, ainda conseguia sentir o cheiro de prazer daqueles dois. O meu quarto cheirava a sexo. Lancei as minhas garras de detective e descobri alguns pêlos nos lençóis, e a tanga dela ficou esquecida debaixo da mesa-de-cabeceira. Provavelmente, como tiveram de descer as escadas rapidamente, ela não teve tempo de se vestir, e deixou ali esquecida a sua roupa mais íntima.

Agarrei aquela tanga, cheirei, beijei e saboreei aquele doce tecido. Percorri-as pelo meu corpo. Nunca tinha sentido o cheiro mais íntimo de uma mulher, e a primeira vez foi logo da Lúcia, a miúda mais gira lá da escola.

Satisfiz todo o meu desejo, enquanto a cheirava, e a passava no meu rosto. Quando senti que estava a chegar o meu momento, depositei toda a minha explosão de prazer, sobre aquele tecido que ainda estava perfumado com o seu cheiro. Simulei o perfeito momento onde aqueles odores se misturavam.

A minha imaginação não parava, e eu continuava a sonhar com ela. Ela tinha de ser minha, e eu queria sentir aquele cheiro no seu corpo. Eu queria aquela mulher só para mim. A Lúcia sempre foi o meu grande sonho e o meu grande desejo de adolescência, mas infelizmente, nunca foi minha.

Foto: Creasource (Corbis.com)