* Menina da Pastelaria


Faltavam dois dias para o Natal. Os meus pais tinham seguido para a Macedo de Cavaleiros, e eu por motivos profissionais, eu só seguiria mesmo dia 24 à tarde. 

Naquela noite, eu estava só e preparava-me para jantar. Tinha preparado um prato simples, com algumas frutas, pois estava sem paciência, e apenas me apetecia relaxar. A TV desligada, na lareira um lume forte e no leitor de CD corria “Café del Mar”. 

Fiquei apenas de roupão, no sofá, a ler um livro, “Dei-te o Melhor de Mim” de Nicholas Sparks. Naquele momento ouvi baterem-me à porta, e sem estar a contar com visitas, fui apenas de roupão abrir a porta e tive uma surpresa.

Era ela, aquela jovem, que sorria sempre que me atendia na pastelaria da rua, e que era oriunda de uma aldeia, bem perto da terra dos meus pais. Não sei bem o que lhe passou pela cabeça, mas entrou sem pedir autorização, sem dizer uma palavra foi até à sala. Deixou em cima da mesa uma pequena caixa.

Eu corri atrás dela, e ao chegarmos ao sofá, ela agarrou-se a mim e beijou-me demoradamente, tirou-me o roupão e deixou-me só de boxers, beijou-me o peito, e a excitação apoderou-se de mim. Deixei-me levar. Ela retirou o casaco, as calças de tecido preto, ficando apenas de lingerie e com uma blusa totalmente desabotoada.

Os nossos corpos colaram-se, e já deitados no sofá, em frente à lareira, ficaram totalmente despidos um para o outro. Eu nem acreditada no que estava a acontecer. Tudo acontecia sem palavras…

Abri uma garrafa de Moscatel, que tinha em cima da mesa, e entornei o saboroso vinho no seu corpo, a minha língua percorreu cada curva daquela silenciosa mulher, e não queria perder uma gota que fosse, mas adorei saborear o vinho misturado com o cheiro do seu perfume que se tinha instalado na sala.


Ao fundo da sala, a Árvore de Natal continuava a piscar, e ela sentada no sofá, comigo de joelhos à sua frente, a lamber a sua barriga. Ela lançou as pernas sobre os meus ombros, e puxou a minha cabeça conta o seu corpo, quente e desejoso da minha língua.

A minha língua não parou, sempre ao ritmo do melodioso e calmo ChillOut que nos chegava aos ouvidos. Era um ambiente tenso e relaxante. Nunca imaginei que poderia sentir aquela rapariga daquela forma, mas para ela me surpreender daquela forma, desejava-me, e muito.

Quando ela sentiu que a minha língua já tinha feito todo o trabalho, deitou-me no chão de barriga para cima, pedindo o meu corpo sobre o seu. Era exactamente aquilo que ela queria, ser totalmente preenchida por mim, e com uma voz ofegante com um sotaque do norte, ela confessou-me a origem daquela invasão: “…há muito tempo que controlo a tua vida, os teus passos, os teus amigos. Eu sou obcecada por ti… Passo os dias a pensar em ti… não durmo a desejar o corpo. O meu corpo está vazio sem o teu. É incrivelmente obsessivo. Eu tinha de me sentir preenchida por ti… desculpa, mas eu tinha de fazer isto, nem que fosse apenas uma vez na vida… e como sabia que estavas aqui sozinho, vim em busca da minha prenda de Natal…”

Aquelas palavras deram-me um gozo tremendo e respondi-lhe: “usa e abusa… o meu corpo é teu… mata todas as tuas fantasias, realiza todos os teus desejos… quero fazer-te feliz, nem que seja só hoje, só esta noite, mas quero. Sente-te preenchida por mim, sente o meu corpo dentro do teu… Mexe essa cintura, que eu quero ver a dança do teu umbigo. Quero vê-lo a tremer de satisfação… Quero sentir o teu corpo a ferver”.

Aquele jogo de palavras estava a ser o sal daquele momento, e ela respondeu-me: “és incrível, lindo, duro, perfeito… se tu quiseres serei tua para sempre, namorada, mulher, amante… quero-te eternamente dentro mim. Tu não fazes amor, tu fazes loucura e prazer… Vou querer sentir todo o sabor que sai de dentro de ti… bem fundo, na minha boca…”

Foi uma noite de paladares, música, suor e desejo. Eu e ela sentimos o Natal de uma forma muito especial… Foi uma noite inesperada mas incrível? Seria uma noite para repetir?

A caixa que ela deixou em cima da mesa tinha pequenos doces que nos ajudou a manter a energia, pois o fogo da lareira apagou-se, mas o nosso durou até de manhã… O Natal não é partilha?


Foto: Mika (Corbis.com)

13 comentários:

  1. Eu julguei que não tinha o teu blog, mas afinal estava era escondido.
    Aqui é feita a demonstração de bem escrever.
    Parabens!

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  2. sim de facto o natal é partilha...e uma prenda destas nao se recusa :)

    gostei muito :)

    bjinhos

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  3. Sim tens razão, Natal é partilha e aqui compartilhastes coisas deliciosas que incendeiam e mexem com meu libido...fantástico!

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  4. É partilha sim senhor ;)
    Gostei bastante de cada descrição, aliás, como sempre.
    Merry Christmas !

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  5. este é o melhor espírito de Natal...

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  6. É e o seu natal chegou em grande estilo...

    abraços


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  7. Adorei mesmo , parabéns.
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  8. Uau!
    Cada melhor e mais gostoso.

    Um natal cheio de prazer para nós e que possamos desfrutar do mesmo prazer.

    Beijos gulosos em você.

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  9. Muito bom, não dá para perceber se é fantasia ou realidade.

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  10. Hoje não vim comentar, apenas desejar um Feliz Natal!

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  11. Que este seja mais um Natal repleto de prazeres ilimitados!

    Que a noite traga consigo toda a magia e encanto e que encha o teu coração de tudo aquilo que mais desejares...

    São os meus votos... FELIZ NATAL =)

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