* Em Nome de uma Amizade



A Vera e o Rogério eram um casal amigo, e eles mantinham uma relação muito forte e apaixonada. Ele era militar e ela era economista, mas sem dúvida uma mulher muito atraente e charmosa, um tipo de mulher que não deixa um homem indiferente. 

O Rogério foi integrando numa das forças que ia representar Portugal no Kosovo, e estava radiante. Ele sonhava há vários anos ser uma “Capacete Azul” da ONU e representar as cores de Portugal. Poucos dias antes dele viajar para os Balcãs, encontrei-me com os dois, e senti que a Vera estava triste e desolada. Ia ficar sozinha, pelo menos durante seis meses. Ele pediu-me para eu lhe fazer companhia sempre que ela se sentisse só, e eu aceitei. E assim combinamos jantar todas as sextas-feiras, para conversar um pouco.

Ela não parecia a mesma mulher, tinha perdido o seu habitual brilho no olhar e o seu sorriso contagiante. Eu sempre tentava anima-la, contando-lhe aventuras minhas e do Rogério na nossa adolescência No entanto, naquela noite, a Vera fez-me uma confissão totalmente inesperada e desesperada:”Eu não aguento mais. O meu corpo não aguenta mais. O meu corpo e a minha mente funcionam com energia sexual. Na próxima semana vão fazer quatro meses de total inactividade. Preciso de energia para viver. Preciso de ajuda. Podes ajudar-me?” 

Fiquei de boca aberta com aquelas palavras, e tentei sugerir que ela criasse essa energia de uma forma solitária, olhando para fotos do Rogério e relembrando bons momentos que os dois tenham vivido.

Ela olhou para mim de forma séria e disse: ”Não, isso comigo não resulta. Podes-me ajudar ou não?” Sem responder, tentei inverter os argumentos, e dizer-lhe que o Rogério estaria de regresso a casa dentro de dois meses, era preciso ela ter apenas mais um pouco de paciência Ela, puxou a camisa com força, e já com um ar de poucos amigos disse-me:” Já percebi que não me vais ajudar. Pensava que eras meu amigo. Vou resolver o meu problema de outra maneira. Amanhã à noite, vou até uma discoteca famosa na Margem Sul, e acredito que nenhum homem me vai dizer que não.” 

Depois disto, ela virou-me as coisas e foi-se embora. Fiquei a pensar naquela conversa. Ela era uma mulher deliciosa para qualquer homem, e claro, para mim também, mas era a mulher de um grande amigo. Eu não conseguia imaginar-me a trair o Rogério, no entanto, ainda me sentia pior, pelo facto de saber que ela se iria entregar a um estranho, talvez um homem perigoso, não sei. Nesse momento, decidi que nessa noite, também iria a essa discoteca.

Quando lá cheguei, foi muito fácil encontrar a Vera. Ela vestiu-se para matar, e era provavelmente a mulher mais vistosa da noite. Eu sentia que todos os homens mantinham um olhar devorador na sua direcção. Eu fui discreto e controlei a situação à distância. Junto dela estava um homem mais velho, charmoso e com um ar implacável. Senti o perigo e decidi avançar. Cheguei junto dos dois, e beijei a Vera na boca, demoradamente, e apresentei-me como se fosse seu namorado. Ele nem reagiu, e ela sorriu. Saímos os dois dali, e já no carro, eu disse-lhe: ”Não te preocupes, eu vou resolver o teu problema”. O meu apartamento foi o destino.

O colchão da minha cama recebeu-nos confortavelmente. Eu dei-lhe tudo o que ela queria, e os nossos lábios pareciam não se querer separar. Comigo dentro do seu corpo, eu dei-lhe tudo, e os seus olhos recuperaram o brilho perdido. Os movimentos de entrada e saída do seu interior eram fortes e intensos, pois era assim que ela queria. Tudo aconteceu, mesmo tudo o que tu possas imaginar, de uma forma incrivelmente excitante, que nos levou ao máximo prazer. Ela estava insaciável, mas com grande intensidade presenteei o seu corpo com o meu prazer, enquanto ela chamava-me Rogério…

Só sentindo aquela vibração verdadeiramente na pele, é que consegui perceber as palavras de desespero que a Vera tinha me dito no dia anterior. Ela precisava efectivamente daquela energia. Ela acabou por adormecer em cima de mim, com o seu rosto sorridente colado no meu peito, no entanto a traição estava consumada. Eu não consegui dormir. Tudo o que aconteceu, foi sempre um segredo bem guardado entre nós. 

O Rogério não merecia isto, e ainda hoje não sei se tive um comportamento correcto ou não… Apetece-me desabafar com Rogério, pois nunca tivemos segredos, mas não tenho coragem, e como será que ele reagia? Será que no seu pedido para lhe fazer companhia, ele já previa isto? O que é certo, é que fiz tudo em nome de uma amizade…

Foto: Ole Graf (Corbis.com)

* Festa dos Sonhos


De uma forma original, a minha escola decidiu comemorar o final do ano lectivo, e em vez do habitual baile de finalistas, decidiu criar a “Festas dos Sonhos”, isto é, um baile de mascaras, em que cada um de nós se mascarava com algo que desejava ser no futuro.

Foi engraçado ver a Joana mascarada de bailarina, a Sandra e a Susana de enfermeiras, o Luís de médico, a Catarina de bióloga, o Rui de agricultor. Eu como não tinha bem definido na minha cabeça o meu futuro, decidi vestir um fato da “Hugo Boss” do meu irmão, encarnando a pele de um importante e distinto empresário e Homem de negócios. 

A mascara mais curioso e surpreendente da noite foi da Filipa. Quando ela chegou vestida de noiva tornou-se o centro das atenções, ela para evitar perguntas disse em voz alta para ser ouvida por todos: “Esta não é a festa dos sonhos? O maior sonho da minha vida é ser noiva e estar vestida de noiva…” Pairou a admiração no ar…

O jantar começou, e a Filipa ficou sentada mesmo ao meu lado, e em tom de brincadeira, todos diziam que eu parecia o noivo, da maneira que eu estava vestido. Todos na sala começaram a bater com os talheres nos pratos e a gritar:”beija, beija, beija…”. A Filipa riu-se, olhou para mim e decidiu entrar na brincadeira, acabando por me dar um beijo.

Aquelas pequenas brincadeiras fizeram com que eu e a Filipa estivéssemos sempre juntos durante a festa. Dançamos, bebemos, pulamos, saltamos, sempre em grande diversão. No final, era obrigatório o meu convite para a levar a casa, e ela sem hesitações aceitou.

Alugamos um táxi, e o taxista achou estranho e perguntou: “Vocês casaram tão novos? Não sabem o que estão a perder da vida… Bem, agora vão para que hotel, não é?” Eu e a Filipa demos uma grande gargalhada, mas não querendo acabar com a brincadeira ela disse: “sim, aquele junto do jardim, se faz favor…

Ela estava louca? O que é certo, é que quando lá chegamos e saímos do táxi, ela olhou para mim com um rosto sério e perguntou-me: “subimos?” Um pouco sem reacção e com a minha timidez a notar-se, abanei a cabeça de forma afirmativa. Devido à forma como entramos no hotel, fomos informados que tinhas direito ao desconto de noite de núpcias, com direito a fruta no quarto e uma garrafa de champanhe.

Onde nós nos fomos meter???  mas acabamos por saborear o momento. Aquele vestido de noiva não saiu do corpo da Filipa, mas eu comecei a entrar no seu corpo. Para sentirmos o sabor de uma verdadeira noite de núpcias, brindamos com duas taças de champanhe, e logo de seguida começamos a saborear os nossos corpo

Beijos, carinhos e ternuras foram o prato forte, até que de uma forma invertida, a minha língua saboreava a sua tesão, enquanto ela já tinha a boca cheia com a minha. O saboroso movimento dos lábios, acompanhado com o delicado movimento da língua era algo que os dois fazíamos em simultâneo.

Chegamos ao momento da verdade, e o noivo entrou dentro da noiva… A Filipa foi uma delicia, quente e profunda, húmida e intensa. Ela não era virgem mas quase, pois a única experiência que teve, já tinha sido à bastante tempo. Eu ofereci-lhe tudo, preenchendo o seu corpo com mil sensações de prazer. 

Comigo deitado na cama, ela cavalgou sobre o meu corpo excitado, obrigado-me sempre a preenche-la por completo. Quando ela se sentiu no limiar da primeira expulsão de prazer, entornou o que restava daquela garrafa de champanhe no seu peito, escorrendo tudo sobre o seu corpo, terminando no local onde os nossos corpos se fundiam de prazer. Todos os líquidos se misturaram, dentro e fora dos corpos, com a efervescência da bebida estimulou ainda mais o prazer.

A loucura daquela noite prolongou-se de uma forma irracional até ao nascer da manhã. No quarto daquele hotel, realizamos uma intensa festa de sonhos, onde descobri a incrível sensação que um homem sente, a saborear uma mulher vestida de noiva… Se os homens conhecem este momento, seriam os primeiros a gritar: "Quero-me casar…"

Foto: Image Shop (Corbis.com)

* Queima das Fitas


Passei quatro anos maravilhosos em Coimbra. Faculdade, amigos, diversão, álcool, festas. Durante os quatro anos sempre dividi o quarto com o Silvestre, estudante de medicina, e natural de uma aldeia perto de Guimarães. Ficamos grandes amigos e cúmplices. O Silvestre tinha uma namorada que sempre me atraiu, a Andreia, baixa, morena, bonita, cabelo escuro cumprido, olhos negros.

Aquela mulher deixava-me fora de mim e o Silvestre sabia disso. Mas o reverso da medalha também acontecia, ele admirava muito a Lúcia, a minha cara-metade. A nossa amizade era tão próxima, que não sentíamos vergonha em confessar estes pormenores um ao outro.

Uma determinada noite de Maio, seguimos os quatro para o Parque da Canção, devidamente fardados, para mais uma confraternização académica, durante a celebração da Queima das Fitas de Coimbra. Muita animação, musica, álcool, amigos. O verdadeiro espírito académico. Ao final da noite, depois de já correr muito álcool nas nossas veias, voltamos os quatro para nossa casa, abrimos duas garrafas de champanhe para comemorar a conclusão do nosso curso.


Eu disse que ia tomar um banho rápido, e sob o efeito do álcool despi-me em frente de todos. Eles começaram-se todos a rir, também se despiram e acabamos por ir os quatro para a banheira. 

As duas meninas decidiram não tirar toda a roupa, mas seguiram para dentro da banheira apenas em lingerie. Ficamos a saborear a água quente que corria e o sabor do Champanhe. Quando saímos da casa de banho, acabamos por ir todos para o quarto, que tinha as duas camas, onde normalmente dormíamos.

A Andreia e a Lúcia, com a lingerie molhada, bem colada ao corpo, olharam uma para a outra, com um olhar cúmplice, e foram até ao canto do quarto trocar segredos. Quando regressaram dirigiram-se às camas erradas. A minha namorada foi para os braços do Silvestre e eu ia saborear um desejo secreto, a Andreia. Foram elas que combinaram aquilo? Seria um desejo secreto delas?

A Andreia era bonita e tinha um peito pequeno e perfeito. Lambi todo o seu corpo, completamente depilado. Eu adorava o seu perfume, e a sua pele estava repleta daquele cheiro. Ver aquele corpo nu, na minha cama, à minha mercê e totalmente excitada para mim, foi uma sensação indescritível. Eu estava disposto a tudo.

Ela queria dominar. Era ela que ditava as regras. Na cama ao lado, a minha namorada fazia exactamente o mesmo que a Andreia me fazia a mim. Parecia sexo sincronizado. Parecia que elas tinham estudado e combinado aquele momento. 

Se eu estava em êxtase por estar dentro daquela mulher, estava também a adorar ver a minha namorada preenchida pelo meu melhor amigo. Parecia outra mulher, estava com um comportamento totalmente diferente. Mexia-se de outra maneira, mas conseguia-se perceber na sua expressão facial que estava a aproveitar cada milímetro do Silvestre. Tudo me excitava. Estar a desfrutar a Andreia e ver a Lúcia ser ferozmente devorada pelo meu companheiro universitário.

Nunca me tinha sentido tão duro na minha vida, e foi sem dúvida um fantástico momento de prazer, talvez o mais excitante que alguma vez vivi. Foi perfeitamente deliciosa a sensação de estar dentro do corpo da namorada do meu melhor amigo. 

Acabamos os quatro na mesma cama, elas duas deitadas lado-a-lado de barriga de para cima, com as pernas afastadas, com os seus lábios a tocarem-se lesbicamente, e nós, impiedosos num rápido movimento de entrada e saída de dentro do seu corpo. A força do álcool e o poder do desejo, deram origem a quatro orgasmos extremamente sonoros, que certamente acordou os vizinhos.

Na manhã seguinte quando acordamos, os casais já estavam novamente certos, acordei com a Lúcia ao meu lado, com o seu corpo transpirado e melado, bem colado no meu… O que terá acontecido na noite passada? Terá sido realidade ou apenas um sonho?



Foto: Chev Wilkinson (Corbis.com)

* Poder da Atracção


Há sentimentos difíceis de explicar, e um deles, é o poder de atracção entre as pessoas. Mesmo sabendo que aquela mulher era comprometida, eu sentia-me incrivelmente atraído por ela. Adorava conversar com ela, tínhamos gostos em comum, e sentíamos afinidades, existia uma boa vibe.

No entanto, para ser sincero, comecei a ficar preocupado quando dei por mim, a pensar todos os dias nela, antes de adormecer… e pior ainda, quando as letras das músicas românticas começaram a fazer sentido.

Sempre que nos encontrávamos, o sorriso era mútuo, dando origem a uma felicidade espontânea. Eu sentia borboletas no meu estômago. O beijo que lhe dava no rosto, dava-me uma terrível vontade de o transferir para a sua boca. Mas volto a relembrar que existia um grande obstáculo, para eu poder ganhar coragem, e para lhe confessar o que andava a sentir. Ela vivia uma relação muito estável, com alguém que eu nem conhecia. Ela seria feliz? Eu não tinha coragem para perguntar, mas diariamente apetecia-me questionar, mas eu não conseguia tirar esta espinha da minha garganta.

À noite, na minha cama, eu pensava nela, mesmo sabendo, que muito provavelmente, naquele momento, ela entregava-se de prazer, entregando o seu corpo a outro homem. Mesmo assim, no meu quarto escuro, eu imaginava tudo o que queria fazer com ela. Eu queria tocar-lhe, eu queria beija-la, eu queria acaricia-la… Eu queria aquela mulher para mim, mas seria pedir muito? Provavelmente sim…

Torna-se fascinante imaginar o corpo nu da pessoa que desejamos, de uma forma pura, quase perfeita, imaginando uma obra de arte, de um valor incalculável. A imaginação humana é poderosa, e dá voz e sabor ao prazer do nosso corpo, e eu utilizava-a da melhor maneira possível, para poder sentir tudo o que sonhava.

Eu tocava no meu corpo, imaginando aquela mulher ao meu lado, originando mil sensações. Será que o meu comportamento se estava a tornar obsessivo? Nada disso, eu apenas não conseguia dominar o incrível poder de atracção que se tinha apoderado de mim... Há coisas impossíveis de controlar na vida...

E assim, a única maneira que eu tinha para acalmar estes fortes sentimentos, era oferecer ao meu corpo, sensações idênticas, às que eu queria oferecer aquela mulher.

Com os olhos bem fechados, bem esticado na minha cama, imaginei tudo bom… e de forma lenta e demorada, o prazer apoderou-se de mim, prolongando deliciosas sensações criadas pelo pecado da carne. A minha imaginação deixava-me louco… perdido… exausto…, mas o meu corpo agradecia…

Eu andava perdido, e não pensava em mais nada… nela, nela, nela… e se ela também pensava em mim? E se ela também me desejava da mesma maneira? Valerá a pena arriscar? Confesso-lhe o meu desejo? Eu quero que ela seja a mulher mais feliz e realizada do mundo…

Já pensei bem, ganhei coragem, e vou falar com ela, vou arriscar… pois a falta de coragem causa perda de momentos incríveis… a vida é um risco, e temos de saber arriscar…

Foto: Fabrice Lerouge (Corbis.com)

* Regresso ao Prazer



Regressar ao norte, à vila onde nasci e cresci era sem dúvida um regresso ao passado, um regresso às minhas origens, à minha infância e à minha adolescência



Este regresso fez-me voltar a encontrar a Célia, certamente um reencontro demasiado perigoso.



Nós namoramos durante toda a adolescência, e esse nosso amor ainda hoje está marcado na velha árvore em frente à igreja, com um coração com os nossos nomes.



Aquela vila era pequena, e devido a esse facto era fácil cruzar-me com as mesmas pessoas. Eu cruzei-me várias vezes com a Célia, no supermercado, no Banco, na farmácia. Ela não queria falar comigo, ela fugia de mim.



Ela tinha razão para o seu comportamento, pois eu quando fui viver para Lisboa, ignorei-a, deixei de lhe falar, e agora passados dez anos, abrir feridas antigas era algo que ela não queria.



Ela estava casada com um dos homens mais influentes da terra, empresário e presidente da casa do Futebol Clube do Porto. As pessoas mais velhas contavam-me, que a Célia ficou durante várias semanas, triste e infeliz, fechada em casa após a minha partida. Diziam-me que eu tinha sido um malandro, um patife.



Eu sentia-me culpado, e tinha de arranjar maneira de falar com ela. E foi naquele final de tarde, em que o FC Porto jogava em Dublin, a final da Liga Europa contra o Braga, que o seu marido organizou um encontro com todos os amigos, na cave da sua vivenda, para ver o jogo e festejar a vitória, que tudo aconteceu.


No meio de tanta gente foi fácil infiltrar-me naquela casa, no meio de tantos homens vestidos de azul. Ainda no quintal, espreitei numa das janelas da casa, e vi a Célia deitada na sua cama, a escrever no seu computador. Arrisquei e saltei aquela janela. 

Ela ficou sem reacção e chorou. Chamou-me nomes, ofendeu-me e libertou toda a raiva que sentia, para no final dizer que passados todos estes anos, ela nunca me tinha esquecido, e que eu ainda era o grande amor da sua vida.



A forma que tive de a acalmar, foi voltar a tocar os meus lábios nos dela. E foi nesse momento que me arrependi de ter abandonado aquela doce boca, doce pele, e aquele meigo olhar. Ela confessou-me: ”Sou uma mulher rica mas infeliz, tenho dinheiro e bons carros, mas não tenho carinho, não tenho amor, não tenho atenção. O meu marido só pensa em futebol, em negócios e em amigos…



Este desabafo deu origem a um abraço sentido, terno e carinhoso. Ela voltou a dar voz ao seu coração: “há muito anos que não sentia assim os braços de um homem, a garra de um homem…” Eu agarrei aquele corpo feminino com força, com carinho e dedicação. Ela derreteu-se por completo. Ela queria voltar a viver e a sentir a sua adolescência. Queria voltar a viver um tempo em que foi feliz. Impulsiva, rasgou-me a camisa e beijou-me no peito. Mordeu-me o pescoço e bateu-me no rabo. 

Os olhos dela debitavam desejo. Ela voltou a desabafar: “quero voltar a sentir um orgasmo, pois o meu marido usa-me rapidamente para o seu prazer, e depois de estar satisfeito adormece… esquecendo-se sempre de mim…



O seu pedido foi uma ordem, e dez anos depois voltei a entrar dentro de um sítio do qual nunca deveria ter saído. Eu nunca deveria ter abandonado o quente e delicioso interior daquela mulher. A Célia vibrava e eu resistia, a Célia tremia e eu aguentava. Enquanto seu marido vibrava e gritava ao som do futebol, ela vibrava de prazer. Confesso que nunca tinha assistido a uma mulher a desfrutar de tanto prazer, de tantos orgasmos seguidos, e naquele momento ela voltou a dar voz à sua alma: “-Estavam todos guardados para ti, para o único homem que até hoje, conseguiu dar-me prazer, e fazer-me sentir verdadeiramente mulher…”.



Depois de tudo, sair daquela casa em tronco nu, foi fácil, pois o Porto acabou por ganhar a Liga Europa, e homens na rua em tronco nu eram muitos. Naquela noite, enquanto o marido festejava o regresso do Porto a conquistas europeias, ela festejou o seu regresso ao prazer… Como seriam as coisas depois daquela noite??



Foto: Elena Segatini (Corbis.com)