* Ousadia Estatística


Eu quando precisava de estar concentrado, decidia sempre ir passar uns dias na casa dos meus tios, perto de Monção, no Minho. Eu ficava longe de tudo, dos amigos, das amigas, das festas, do reboliço da cidade e do telemóvel, que eu fazia questão de não levar.Os meus tios viviam numa casa antiga e típica da região, e deixavam-me quase sempre sozinho e à vontade, passando muito do seu tempo no seu pequeno negócio, uma pequena loja de roupa em Melgaço.

Naquela tarde de chuva, tocou à campainha uma jovem toda molhada, vinha entregar os questionários dos Censos, e em convidei-a a entrar, pois pingava água por todo lado, estava ensopada. Eu estava todo despenteado, apenas com umas calças e uma T-Shirt. 

Ela tirou o casaco e começou a explicar-me como se preenchiam aquelas folhas. Ela tremia de frio, e isso era visível no estado do seu peito, que se fazia realçar na sua roupa molhada. Eu fiquei com uma terrível vontade de lhe tirar aquela roupa de aquecer aquele corpo.

Ela despediu-se e disse que dentro de dias iria regressar para recolher as folhas devidamente preenchidas, mas eu disse-lhe para aguardar um pouco até a chuva passar. Percebi que lancei a dúvida na sua cabeça, e senti que ela queria ficar ali comigo, até porque ela olhava insistentemente para a minha boca, para os meus lábios.

Eu, impulsivamente, encostei-a à parede, colei os meus lábios nos dela, e tirei-lhe aquela roupa molhada que lhe arrefecia o corpo, encostando o meu peito no seu. Eu queria aquece-la, e ela nem reagiu e não se opôs. Senti que ela começava a aquecer, e beijei e mordisquei o seu peito, e os meus lábios apertavam aqueles duros e deliciosos mamilos. 

A minha mão toca-lhe em cima das calças e sente que ela está muito mais quente do que no resto de todo corpo. Agarrei no seu corpo, e coloquei-a em cima da mesa, senta mesmo em cima dos questionários. Tirei-lhe a roupa que faltava, deixando-a totalmente nua só para mim, e com a minha língua a recolher a pequenas gostas de chuva que ainda existiam na sua pele, ela ficou electrizada e terrivelmente excitada, e quando o seu corpo ficou seco, a minha língua foi para o único sitio que se encontrava húmido

Esta mulher tinha o clitóris mais activo que alguma vez conheci, e eu mordiscava-o e chupava-o intensamente, sugando todo o seu sabor. Aquilo descontrolo-a de tal maneira, que ela me pediu para eu me sentar numa cadeira, e amarrou-me com uma das suas peças de roupa, ajoelhando-se de seguida à minha frente, lambendo sensualmente as minhas virilhas, e depois fazendo a sua língua percorrer suavemente aquilo que ela queria sentir dentro de si. Aquela boca levou-me à loucura, com todos os movimentos e eu pulsava visivelmente.

Comigo ainda amarrado, ela colocou o pé em cima da minha perna, e tocou-se mesmo ali à minha frente, a poucos centímetros de mim, fazendo cair um pingo da sua excitação na zona do meu corpo mais difícil de controlar. Ela queria deixar-me louco e conseguiu, e percebendo o estado em que eu estava, ela soltou-me e ficando vulnerável a toda a minha fome, toda a minha vontade e todo o meu desejo. Fui feroz, e montei-me em cima do seu corpo, que estava novamente molhado, agora de suor e de tesão.

Eu entrava e sai de dentro dela, como se aquela fosse a única mulher do mundo, dando-lhe tudo de melhor que eu lhe podia oferecer e que ela queria sentir. E ela usando o seu já conhecido espírito provocador, ousou tocar-me num sítio muito sensível do corpo de um homem, principalmente quando ele está excitado, ou seja, as bolinhas onde tudo está guardado. Se era aquilo que ela queria, conseguiu, pois deu origem a um forte jacto quente, que certamente molhou profundamente o interior do seu corpo. A mistura dos nossos dois orgasmos pingou as folhas do Censos que ficaram inoperacionais.

E pouco minutos depois chegaram os meus tios, pois, eu tinha me esquecido que eles podiam chegar a qualquer momento. Nós já estávamos vestidos, mas ela estava muito corada, e disse que tinha de regressar outro dia para trazer novas folhas porque aquelas não estavam em condições de serem preenchidas. Quando será que ela ia regressar? Será que eu ainda estaria no Minho ou já tinha regressado a Lisboa? Pensei bem, e decidi adiar a minha partida uns dias…

Foto: Vincent Besnault (Corbis.com)

* Xutos de Prazer

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A casa dos meus tios na Ericeira era um sítio habitual para uma semana de Férias. Este ano, foi durante as festas da vila, e naquele dia, estava tudo preparado para um concerto Xutos e Pontapés no areal, à noite, e desse modo, estava muito mais gente do que era habitual na praia, pessoas que vieram de longe, grupos de amigos, etc.


Mesmo ao meu lado na praia, estava um grupo de quatro rapazes e uma rapariga. Ela chamou-me mais à atenção, pelo facto de ter uma tatuagem na barriga, praticamente igual à que eu tinha no meu ombro. 

Também reparei que o namorado estava sempre mais entretido com ao amigo, do que lhe dava atenção. Senti que ela estava praticamente abandonada. Foi junto da casinha dos gelados que meti conversa:”que giro, tens uma tatuagem quase igual à minha”. Ela sorriu, aliás, foi o primeiro sorriso que vi no seu rosto.


Nessa noite, a praia estava cheia, a mítica banda portuguesa encheu o areal de milhares de pessoas, e lá estava ela, novamente. Ela agora estava mais entusiasmada, mas mais uma vez, o namorado saltava mais junto dos amigos, deixando-a para trás sozinha. 

Os meus olhos, em vez de direccionados para o palco, olhavam para ela, simplesmente para ela. Inexplicavelmente eu estava excitado. Eu tinha vontade de lhe tocar. Fui junto dela, e por de trás, no meio daquela confusão, com toda a gente a saltar ao ritmo da música, fiz com que a minha excitação, presa dentro das calças, tocasse no seu corpo. 

Paramos de saltar e ela olhou com um ar de admiração para trás, para as minhas calças para confirmar o que tinha acabado de sentir.

* Amiga da Faculdade


A Inês foi a grande amiga da Helena no tempo da Faculdade, e ela sempre foram muito cúmplices e confidentes, ao ponto de a Helena contar-lhe tudo sobre mim. Não havia segredos entre as duas. Aliás, quando a Helena estava com Inês, quase se esquecia de mim.

Apesar de saber que eu e a Helena temos uma relação estável, a Inês sempre se insinuou, sempre me provocou, e sempre fez de tudo para me deixar fora de mim. Sempre conseguiu ser subtil e a Helena nunca desconfiou da sua grande amiga. Eu sempre resisti, mas era difícil, confesso.

A Helena convidou a Inês para ir passar uma semana connosco, num apartamento que alugamos em Lagos, no final de Julho. Ela chegou por volta das 16h e eu desci até à entrada do condomínio para a ajudar a carregar as malas. 

Ela mal me viu, correu na minha direcção, vestida com um bikini negro e apenas coberta com uma saída de praia, agarrando-se ao meu pescoço e beijou-me na boca. Adivinhava-se uma semana difícil de gerir…

Entramos no elevador, com duas malas, e ela não parava de se rir para mim, sempre fazendo perguntas para tentar aferir o estado da minha relação com a Helena. Iniciamos então a viagem e quando íamos praticamente a chegar ao 11º piso, fez-se um apagão e o elevador parou. 

A Inês soltou uma forte gargalhada. Tinha sido uma quebra de energia. Ela aproveitou o momento para se atirar a mim descontroladamente, implorando-me ao ouvido: “come-me, devora-me… quero-te sentir dentro de mim, nem que seja apenas uma vez”. Como poderia eu resistir a uma mulher daquelas?

Empurrei-a contra a parede do elevador e mantive-a de costas para mim, enquanto percorri com as minhas mãos as suas costas perfumadas com um aroma doce. Tirei-lhe a saia de praia e afastei-lhe a tanga do bikini. Ela abriu-me o fecho das calças e empinou-se para me receber. 

A minha resistência tinha acabado naquele momento. Ela afastou as pernas e eu coloquei as minhas mãos nas suas ancas. Entrei dentro dela com toda a tesão que eu secretamente sentia por ela.

Puxei as suas ancas contra o meu corpo, aumentando o ritmo de uma forma cada vez mais saborosa. O prazer acabou por ser simultâneo. E no momento em que depositei tudo dentro do seu corpo, a luz do elevador acendeu-se e retomamos a marcha. Tivemos de nos recompor rapidamente antes de chegar ao 11º andar.

Chegamos os dois vermelhos e ofegantes junto da Helena, justificando-nos com o pânico de termos ficado fechados no elevador. As duas amigas ficaram radiantes com o reencontro., e a Helena nem imaginava o que a Inês tinha dentro dela.

Depois de uma noite calma, num bar perto do condomínio, regressamos a casa. A Inês recolheu ao seu quarto, e Eu e a Helena fomos consumar o nosso amor, num intenso e saboroso momento de prazer. No final, a Helena acabou por adormecer, e como a noite estava quente, decidi ir tomar um duche rápido, para relaxar um pouco, e poder dormir de uma forma mais descasada.

No entanto, nesse momento, a Inês entrou dentro do WC, abre a cortina da banheira e olhando para o meu corpo disse-me: “posso provar, sabendo que estiveste agora mesmo dentro do corpo da minha amiga?” Não reagi, e ela percebendo que me deixou perplexo, colocou a sua boca no sítio que ela queria.

Se o meu espírito dizia que não, o meu instinto de homem não conseguiu evitar o momento. Ela saboreou tudo e despediu-se “O sabor da Helena sempre foi delicioso, mas no teu corpo ainda é melhor. Até amanhã”. O que é que ela quis dizer com aquilo? Ela conhecia o sabor da Helena? O que mais me irá acontecer durante esta semana….

Foto: Sean De Burca (Corbis.com)

* Sintonia de Verão



Não é bonito dizer isto, mas eu andava sem paciência para os meus amigos, até porque eles só falavam sobre carros e motas, e passavam o tempo a marcar encontros para jogar poker. Para mim era desinteressante, e eu preferia ir à praia sozinho, do que aturar este tipo de conversa.

No trabalho, tive este desabafo com a Gabriela, junto da máquina do café, que me confessou andar a sentir exactamente o mesmo em relação às suas amigas, que falam de coisas fúteis, roupa, maquilhagem, etc.

Já que os dias estavam tórridos, e estávamos os dois a ir à praia sozinhos, combinamos no próximo sábado, irmos os dois, até à praia preferida da Gabriela, a Praia do Guincho. Posso confessar que foi uma tarde fantástica, e eu nunca tinha imaginado, que aquela minha colega de trabalho, com quem eu pouco falava, fosse uma mulher tão interessante, tão culta e tão inteligente.

Ficamos a conversar horas, expostos ao Sol, deitados na areia, e com a nossa pele a torrar. O tempo passou tão depressa, que a praia começou a ficar vazia, e antes de ir embora, decidimos ir à água para tentar refrescar o nosso corpo. Soube muito bem, mas agora já não conseguíamos secar o fato de banho antes de ir embora.

Como a minha carrinha era apenas de dois lugares, e estava estacionada num sítio discreto, sugeri mudarmos de roupa na bagageira… mas a tarefa foi muito complicada. Enrolado na toalha, não me dava jeito nenhum tirar aqueles calções, pelo facto de estarem molhados, e colados ao corpo, dificilmente queriam sair. 

Perdi a paciência, e a vergonha e disse: “desculpa, não tenho paciência para isto… tu também não vais ver nada que nunca tenhas visto…” A Gabriela não desviou o olhar, e respondeu à minha altura: “tens razão…” e tirou também a toalha ficando nua à minha frente.

Engraçado foi que esta nossa ousadia, se transformou instantaneamente em timidez. Sem roupa, olhos nos olhos, sem saber o que dizer, e o que fazer. Eu consegui converter a minha timidez em atrevimento, e o meu dedo indicador tocou-lhe no peito, mesmo no meio dos seus seios, fazendo um lento e terno caminho naquele delicio vale. Ela reagiu, tocando com a sua mão no meu rosto. O beijo foi o próximo passo… era inevitável.

Fechei a porta da carrinha, e ficamos os dois bem juntinhos e apertados nas traseiras. Os corpos estavam quentes e colados. Os nossos lábios pareciam não descolar. O tempo passava, e ao longe, o Sol já tocava no Oceano, fazendo o dia escurecer.

E foi ao fim de algum tempo, e no meio de toda a nossa ternura, que a Gabriela rodou o corpo, ficando deitada de lado e de costas para mim. Toquei-lhe subtilmente e beijei a sua coluna, sentido o seu arrepio. E foi exactamente nesta posição, que a sua mão me agarrou, e direccionou na sua direcção, aquilo que ela queria sentir dentro de si.

Deliciosamente entrei, muito suave e calmamente, de forma a ela sentir a penetração de cada centímetro dentro do seu corpo.  Foi perfeita a sensação de penetração total, onde eu ainda dei um impulso, comprovando que não havia mais nada para entrar. Foi o culminar de um dia perfeito, e o momento em que sentimentos que efectivamente tínhamos demasiadas coisas em comum.

Bem agarradinhos, começamos um suave movimento com as nossas ancas, um movimento que parece magia para os nossos corpos, de tal forma, que mesmo muito lentamente, provocou uma explosão incalculável da minha parte, que foi recebida de uma forma incrivelmente vibrante pela Gabriela. Indescritível.

Os corpos exaustos adormeceram ali mesmo, na mesma posição do nosso pecado. De madrugada quando acordamos, vestimo-nos, e fomos até minha casa… O prazer que tínhamos sentido dentro da minha carrinha tinha de ser confirmado, depois de um banho, e em cima da minha cama… 

Tudo o que é verdadeiramente bom na vida deve ser aproveitado… e repetido. Terá sido apenas uma sintonia de verão, ou vai durar o ano todo?

Foto: Vogel (Corbis.com)

* Pacote de Gomas



Já era um ritual. Nos últimos cinco anos, o ultimo domingo do mês de Julho era passado na casa de férias do Mateus, na Praia de Santa Cruz, perto de Torres Vedras. Os pais dele tinham construído aquela casa para desfrutar a 3ª idade com vista para o mar, e ele adorava festas com os amigos no verão.

A casa possui uma piscina com uma forma estranha rodeada por um extenso relvado, que terminava numa falésia sobre o oceano. O Mateus todos os anos convidava todos os amigos, os de infância, os da faculdade, os colegas do rugby e pessoal que acabava por conhecer na noite de Lisboa. Ele sempre criou amizades com muita facilidade.

Naquele dia o churrasco e as bebidas eram por conta dele… O sol estava forte e o dia muito quente, mas a minha pele nunca chegava a aquecer, com os constates mergulhos que eu dava para dentro da água cristalina da piscina, uma animação…

Numa das pausas que fiz, fui até à cozinha para ir buscar guardanapos, que se tinham acabado nas mesas, junto ao barbecue, e nesse momento, senti que alguém tinha entrado, mas foi-me indiferente, pois aquele quintal estava repleto de pessoas, e naquela casa era um constante entra-e-sai, no entanto, senti um corpo húmido colar-se às minhas costas. Uma mão tapou-me os olhos e a outra levou-me qualquer coisa à boca.

Uma goma em formato de ursinho, mas que estava com um sabor diferente… Só podia ser ela, a Carina. Conhecia bem aquele sabor, dos encontros fortuitos que tínhamos tido nos últimos meses, aliás, conhecia e adorava. Perdia largos minutos a saboreá-lo sempre que estava com ela.

Aquela mulher tinha um sabor único de prazer. Eu ficava louco e ela sabia disso, e por isso mesmo humedeceu aquela goma no sitio certo, antes de me a oferecer… que saborosa surpresa…

Virei-me, e violentamente beijei-a na boca, enquanto encostei o meu corpo ao dela, com a minha mão na sua cintura. Aquele pobre e inocente ursinho, com ajuda das nossas línguas, passeou-se alternadamente pelas nossas bocas, salteando da minha para a dela, e vice-versa.

Eu encostei-a à parede, e subtilmente desviei a tanga daquele bikini azul-turquesa que ela trazia, e entrei dentro dela com todo o desejo que o meu corpo transbordava. Enterrei-me por completo dentro dela.

Dei-lhe tudo, logo no primeiro impulso. Que loucura. Podia entrar alguém a qualquer momento, e só de pensar nisso, dava-lhe estocadas cada vez mais fortes, provocando fortes arrepios por todo o corpo, aos dois…

Perigosamente delicioso como ela tanto gostava. Foi tudo muito rápido. A adrenalina do momento fez com que lhe desse aquilo que ela tanto gostava de sentir. Quente e espesso, escorrendo no interior do seu corpo. A pele dela rapidamente secou, com todo o calor e energia que eu lhe ofereci.

Ela adora situações perigosas, e com ela o prazer e a loucura poderiam sempre aparecer no momento mais inesperado. Ela era a rainha das surpresas… Eu ficava sempre surpreendido, e adorava a sua ousadia…

Voltamos para junto de toda a gente, sem que ninguém desconfiasse do que se tinha passado na cozinha, aliás, ninguém desconfiava que fossemos amigos coloridos. E para saborear aquele delicioso momento de prazer que tínhamos acabado de viver, em vez do tradicional cigarro, ficamos sentados à beira da piscina a comer as restantes gomas do pacote, calmamente, e a imaginar que cada goma poderá representar mais um novo momento de sabor intenso… Cada goma que colocávamos na boca dava origem a um novo sorriso…


Foto: Facy (Corbis.com)