Não
é bonito dizer isto, mas eu andava sem paciência para os meus amigos, até
porque eles só falavam sobre carros e motas, e passavam o tempo a marcar
encontros para jogar poker. Para mim era desinteressante, e eu preferia ir à
praia sozinho, do que aturar este tipo de conversa.
No
trabalho, tive este desabafo com a Gabriela, junto da máquina do café, que me
confessou andar a sentir exactamente o mesmo em relação às suas amigas, que
falam de coisas fúteis, roupa, maquilhagem, etc.
Já
que os dias estavam tórridos, e estávamos os dois a ir à praia sozinhos,
combinamos no próximo sábado, irmos os dois, até à praia preferida da Gabriela,
a Praia do Guincho. Posso confessar que foi uma tarde fantástica, e eu nunca
tinha imaginado, que aquela minha colega de trabalho, com quem eu pouco falava,
fosse uma mulher tão interessante, tão culta e tão inteligente.
Ficamos
a conversar horas, expostos ao Sol, deitados na areia, e com a nossa pele a
torrar. O tempo passou tão depressa, que a praia começou a ficar vazia, e antes
de ir embora, decidimos ir à água para tentar refrescar o nosso corpo. Soube
muito bem, mas agora já não conseguíamos secar o fato de banho antes de ir
embora.
Como
a minha carrinha era apenas de dois lugares, e estava estacionada num sítio
discreto, sugeri mudarmos de roupa na bagageira… mas a tarefa foi muito
complicada. Enrolado na toalha, não me dava jeito nenhum tirar aqueles calções,
pelo facto de estarem molhados, e colados ao corpo, dificilmente queriam sair.
Perdi a paciência, e a vergonha e disse: “desculpa,
não tenho paciência para isto… tu também não vais ver nada que nunca tenhas
visto…” A Gabriela não desviou o olhar, e respondeu à minha altura: “tens razão…” e tirou também a toalha
ficando nua à minha frente.
Engraçado
foi que esta nossa ousadia, se transformou instantaneamente em timidez. Sem
roupa, olhos nos olhos, sem saber o que dizer, e o que fazer. Eu consegui
converter a minha timidez em atrevimento, e o meu dedo indicador tocou-lhe no
peito, mesmo no meio dos seus seios, fazendo um lento e terno caminho naquele
delicio vale. Ela reagiu, tocando com a sua mão no meu rosto. O beijo foi o
próximo passo… era inevitável.
Fechei
a porta da carrinha, e ficamos os dois bem juntinhos e apertados nas traseiras.
Os corpos estavam quentes e colados. Os nossos lábios pareciam não descolar. O
tempo passava, e ao longe, o Sol já tocava no Oceano, fazendo o dia escurecer.
E
foi ao fim de algum tempo, e no meio de toda a nossa ternura, que a Gabriela
rodou o corpo, ficando deitada de lado e de costas para mim. Toquei-lhe
subtilmente e beijei a sua coluna, sentido o seu arrepio. E foi exactamente
nesta posição, que a sua mão me agarrou, e direccionou na sua direcção, aquilo
que ela queria sentir dentro de si.
Deliciosamente
entrei, muito suave e calmamente, de forma a ela sentir a penetração de cada
centímetro dentro do seu corpo. Foi
perfeita a sensação de penetração total, onde eu ainda dei um impulso,
comprovando que não havia mais nada para entrar. Foi o culminar de um dia
perfeito, e o momento em que sentimentos que efectivamente tínhamos demasiadas
coisas em comum.
Bem
agarradinhos, começamos um suave movimento com as nossas ancas, um movimento
que parece magia para os nossos corpos, de tal forma, que mesmo muito
lentamente, provocou uma explosão incalculável da minha parte, que foi recebida
de uma forma incrivelmente vibrante pela Gabriela. Indescritível.
Os
corpos exaustos adormeceram ali mesmo, na mesma posição do nosso pecado. De
madrugada quando acordamos, vestimo-nos, e fomos até minha casa… O prazer que
tínhamos sentido dentro da minha carrinha tinha de ser confirmado, depois de um
banho, e em cima da minha cama…
Tudo o que é verdadeiramente bom na vida deve
ser aproveitado… e repetido. Terá sido apenas uma sintonia de verão, ou vai durar o
ano todo?
Foto: Vogel (Corbis.com)
espero que seja um verão em grande amigo...eu tambem adoro o Guincho
ResponderEliminarEspreita o meu blog pois tenho um novo post bem charmoso para leres
um sussurro...
ResponderEliminarLi o texto até ao final. Primeiro escreves mesmo bem. Segundo admiro muitas as pessoas que vêm para aqui escrever uma coisa destas. Não é uma coisa "porca". È uma coisa bem escrita e com sentido. Parabens (:
ResponderEliminarAcho que isso pode durar. E espero que sim (: Não a deixes fugir!
Depende sempre e apenas só dos intervenientes, sejam eles imaginários ou não! :) Parabéns pela escrita fuida e subtil! :)
ResponderEliminarSe eu continuo a ler o teu blogue ainda fico mais desesperada pá! *
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