Já era um ritual. Nos
últimos cinco anos, o ultimo domingo do mês de Julho era passado na casa de
férias do Mateus, na Praia de Santa Cruz, perto de Torres Vedras. Os pais dele
tinham construído aquela casa para desfrutar a 3ª idade com vista para o mar, e
ele adorava festas com os amigos no verão.
A casa possui uma
piscina com uma forma estranha rodeada por um extenso relvado, que terminava
numa falésia sobre o oceano. O Mateus todos os anos convidava todos os amigos,
os de infância, os da faculdade, os colegas do rugby e pessoal que acabava por
conhecer na noite de Lisboa. Ele sempre criou amizades com muita facilidade.
Naquele dia o churrasco
e as bebidas eram por conta dele… O sol estava forte e o dia muito quente, mas
a minha pele nunca chegava a aquecer, com os constates mergulhos que eu dava
para dentro da água cristalina da piscina, uma animação…
Numa das pausas que fiz,
fui até à cozinha para ir buscar guardanapos, que se tinham acabado nas mesas,
junto ao barbecue, e nesse
momento, senti que alguém tinha entrado, mas foi-me indiferente, pois aquele
quintal estava repleto de pessoas, e naquela casa era um constante entra-e-sai,
no entanto, senti um corpo húmido colar-se às minhas costas. Uma mão tapou-me
os olhos e a outra levou-me qualquer coisa à boca.
Uma goma em formato de
ursinho, mas que estava com um sabor diferente… Só podia ser ela, a Carina.
Conhecia bem aquele sabor, dos encontros fortuitos que tínhamos tido nos
últimos meses, aliás, conhecia e adorava. Perdia largos minutos a saboreá-lo
sempre que estava com ela.
Aquela mulher tinha um
sabor único de prazer. Eu ficava louco e ela sabia disso, e por isso mesmo
humedeceu aquela goma no sitio certo, antes de me a oferecer… que saborosa
surpresa…
Virei-me, e
violentamente beijei-a na boca, enquanto encostei o meu corpo ao dela, com a
minha mão na sua cintura. Aquele pobre e inocente ursinho, com ajuda das nossas
línguas, passeou-se alternadamente pelas nossas bocas, salteando da minha para
a dela, e vice-versa.
Eu encostei-a à parede,
e subtilmente desviei a tanga daquele bikini azul-turquesa que ela trazia, e
entrei dentro dela com todo o desejo que o meu corpo transbordava. Enterrei-me
por completo dentro dela.
Dei-lhe tudo, logo no
primeiro impulso. Que loucura. Podia entrar alguém a qualquer momento, e só de
pensar nisso, dava-lhe estocadas cada vez mais fortes, provocando fortes
arrepios por todo o corpo, aos dois…
Perigosamente delicioso
como ela tanto gostava. Foi tudo muito rápido. A adrenalina do momento fez com
que lhe desse aquilo que ela tanto gostava de sentir. Quente e espesso,
escorrendo no interior do seu corpo. A pele dela rapidamente secou, com todo o
calor e energia que eu lhe ofereci.
Ela adora situações
perigosas, e com ela o prazer e a loucura poderiam sempre aparecer no momento
mais inesperado. Ela era a rainha das surpresas… Eu ficava sempre surpreendido,
e adorava a sua ousadia…
Voltamos para junto de
toda a gente, sem que ninguém desconfiasse do que se tinha passado na cozinha,
aliás, ninguém desconfiava que fossemos amigos coloridos. E para saborear
aquele delicioso momento de prazer que tínhamos acabado de viver, em vez do
tradicional cigarro, ficamos sentados à beira da piscina a comer as restantes
gomas do pacote, calmamente, e a imaginar que cada goma poderá representar mais
um novo momento de sabor intenso… Cada goma que colocávamos na boca dava origem
a um novo sorriso…
Foto:
Facy (Corbis.com)
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