* Diferente Sensação



Sempre foi um assunto tabu, com todas as mulheres com quem me relacionei, e eu respeitava isso. No entanto era uma experiência que eu ansiava viver, gostava de experimentar, nem que fosse apenas uma vez na minha vida.

Sempre que este assunto vinha à baila com os meus amigos, eles diziam sempre que as namoradas deles adoravam, e eu ficava sempre com inveja, mesmo não sabendo se gostava. Não sei se eles tinham realmente essa experiência, ou mentiam para se destacar.

Nessa altura, andava a viver uma relação “cor-de-rosa” com a Mafalda, nada de muito sério, mas com bons momentos. Os nossos encontros eram normalmente no carro, ou então nas casas dos nossos pais, quando tínhamos hipótese de estar sozinhos, o que não acontecia muitas vezes.

Num dos nossos encontros, tentei a minha sorte, e perguntei à Mafalda se ela queria que eu mudasse o local onde a estava a penetrar. Naquele momento, ela disse que não, mas no final, aquilo foi tema para uma reflexão sobre o assunto.

Depois de conversar durante algum tempo, a Mafalda aceitou o meu pedido, mas impondo uma condição. Ela fazia-me exactamente o mesmo. Ela não se importava de experimentar, mas eu tinha de sentir exactamente as mesmas sensações que ela, até porque um homem pode ser penetrado exactamente no mesmo local, com a mesma força e com a mesma intensidade. Parecia justo. Fiquei a pensar no assunto.

No fim-de-semana seguinte, depois de termos ido jantar a um restaurante italiano, decidi que desta vez o nosso encontro ia ser num sítio com mais qualidade, e por isso aluguei um quarto num hotel, mesmo no centro da cidade. Informei-me e levei todo o tipo de lubrificantes, para que tudo fosse confortável. O nosso momento de prazer começou como todas as outras, sempre muito calmo, saboroso e profundo.

Até que a Mafalda pede-me para mudar o sítio da penetração. Lubrifiquei bem o local, ela colocou-se na posição que lhe parecia mais confortável, e eu sem forçar, e com toda a calma do mundo, comecei a entrar dentro daquela zona do corpo de uma mulher, totalmente desconhecida para mim.

Estava a ser diferente. Era muito mais apertado e faltava a lubrificação natural. A Mafalda gemia, até porque também estava ser uma novidade para ela. Eu não conseguia perceber se aqueles gemidos eram de dor ou de prazer, mas ela mandava-me continuar. Eu obedecendo às ordens dela, aumentei o meu ritmo, e quando ela sentiu que não conseguiria resistir muito mais tempo, mandou-me parar.

Chegou o momento de invertemos os papéis. A Mafalda mandou-me colocar exactamente na mesma posição em que eu estava, e colocou um Strap-on, um cinto com um membro masculino bem dimensionado. Ela primeiro colocou-se à minha frente, e obrigou-me a lambe-lhe, a chupa-lo e a coloca-lo todo na boca, enquanto ela me puxava o cabelo, e me puxava a cabeça, garantido a penetração total, quase até a minha garganta. Eu estava a sentir na pele, a sensação de ser mulher.

De seguida, ela fez com que eu ficasse bem exposta para ela, e penetrou-me, exactamente da mesma maneira que eu lhe tinha feito, bem lubrificado. Que estranha sensação. Eu não conseguia saber se era dor ou prazer, mas aquilo estava-me a deixar muito excitado. Ela penetrava-me cada vez com mais força e agarrava-me o cabelo. O que a certo, é que aquela penetração dentro do meu corpo, fez com que eu atingisse um orgasmo invulgar, pois não conseguir resistir ao momento. Foi uma sensação muito diferente do habitual, e muito difícil de explicar.

Percebi que tudo deu um gozo especial à Mafalda, mas eu fiquei pensativo e muito perplexo, com os olhos postos na rua. Eu teria gostado, e não conseguia admitir? A Mafalda percebendo os estado em que eu estava, sugeriu que o melhor era repetir esta experiência…

Foto: Daniel Attia (Corbis.com)

* Crítico de Cinema



Eu sou um grande adepto de cinema europeu, e dessa forma, acabei por ser convidado para escrever uma crónica de cinema, numa revista mensal da especialidade.

As minhas opiniões começaram a ser bastante valorizadas em Portugal, e eu comecei a sentir algumas pressões, de forma a condicionar os meus textos.

Naquela tarde, fui à cinemateca, para ver um filme alemão, que não conquistou a crítica no seu país. A empresa que produziu este filme, tentava que opinião crítica do resto da Europa, conseguisse inverter a ideia que foi criada no próprio país de origem.

A sala estava vazia, e eu tinha sido o único a comparecer àquela sessão. Mal a sessão começou, apercebi-me que mais alguém entrou na sala e se sentou dois lugares ao meu lado. Nem ousei olhar, e apenas me apercebi que se tratava de uma mulher, pelo doce odor do seu perfume. Ela sentou-se na mesma fila que eu, mas um pouco mais ao lado.

Durante a exibição do filme, aquela mulher estava inquieta. Incrível como apenas uma pessoa na sala, incomodava mais, que uma sala cheia. Comecei a ficar incomodado com tanta inquietação e resolvi meter conversa com aquela mulher loira e alta: “não está a gostar?” Ela olhou para mim, sorriu e voltou a fixar os olhos no ecrã, sem me responder e sem dizer uma única palavra.

Ela levantou-se, e sentou-se no lugar exactamente ao lado do meu, e eu respondi à sua mudança de cadeira, com um simples sorriso. Ela não perdeu muito tempo para pousar a sua mão sobre o meu colo de modo a me provocar. Ela sabia bem o que queria.
Rapidamente me desapertou as calças e ajoelhou-se mesmo à minha frente. Eu fechei os olhos a aproveitei o comportamento inesperado daquela mulher. Ela não se cansou e parecia uma profissional. Nunca nenhuma mulher, me tinha presenteado durante tanto tempo, com um presente igual.

Não fazia a mínima ideia quem fosse aquela mulher, mas o que é certo, é que ela sabia bem o que fazer. Ela não parava. Aquela língua percorria todos os cantos e recantos da minha intimidade. Mas o que ela efectivamente fazia melhor, era quando decidia colocar tudo dentro da boca. Sugava-me deliciosamente.
Depois, suavemente apertava-me com os lábios húmidos, e retirava-o muito lentamente, para logo de seguida, num momento rápido o voltar a colocar todo dentro da sua boca.

Avisei-a que assim não conseguiria resistir. Ela ao ouvir as minhas palavras, parou e recomeçou tudo do inicio. Confesso que me apetecia mais, eu estava a morrer de vontade de entrar dentro do seu corpo, por outros sítios, ainda mais deliciosos.

Foi mesmo isso que aconteceu, e ela levantou-se, apoiou os braços na cadeira da frente, e colocou-se na posição perfeita, para eu desfrutar das profundezas mais deliciosas do universo feminino. Com as minhas mãos na sua cintura, ganhei força e impulso, para desfrutar do secreto prazer, que estava escondido naquela sala.

O perigo de explosão estava eminente, e a detonação acabou por acontecer poucos minutos depois, com uma intensidade inesperada. Aliás, tudo o que aconteceu, foi totalmente inesperado, pelo menos para mim. Depois daquele momento, aquela mulher levantou-se e retirou-se, pensando eu que tivesse ido ao wc, pois deixou a sua mala, na cadeira onde esteve sentada inicialmente. Ousei espreitar aquela mala, e tive uma grande surpresa.

Dentro daquela mala, estava um cartão com fotografia, e aquela mulher era a nova representante da empresa produtora do filme em Portugal. Será que tudo o que aconteceu foi para subornar a minha crítica? Foi ali que desisti de escrever para a revista, pois a minha opinião começava a ser usada de uma forma muito perigosa…



Foto: Stewart Tilger (Corbis.com)

* Desejo Antigo



A nossa turma da faculdade sempre foi fantástica. Foram os melhores anos das nossas vidas, pois existia muita amizade e cumplicidade entre todos. Quando era necessário estudar, todos se apoiavam, e quando havia tempo para a diversão era a alegria total.

Com o passar dos anos, o Rafael, que sempre foi o delegado de turma, decidiu organizar um jantar, que servia de reencontro de todos os colegas, num restaurante que também nos marcou no passado.

Foi espectacular reencontrar tantos ex-colegas, mas a minha maior surpresa, foi reencontrar a Natália. Arrepiei-me quando os meus olhos se cruzaram com ela. Senti borboletas na barriga. Ela estava mais linda e elegante do que nunca. Naquela mesa comprida, ficamos sentados frente a frente.

Eu sempre senti atração por ela, física e intelectual, mas nunca fui correspondido, mas também nunca lhe confidenciei este meu sentimento. Sempre que eu estava livre, ela tinha um namorado, e quando ela acabava a relação, eu já estava comprometido com alguém. Faltou sempre oportunidade.

Durante todos estes anos nunca me esqueci dela, mas tínhamos perdido o contacto. Ela trabalhava em Paris, numa área totalmente diferente do nosso curso, era responsável de imagem de uma multinacional. Ficamos durante todo o jantar a conversar, esquecendo um pouco os outros colegas que estavam em nosso redor. Estávamos inexplicavelmente atraídos. Eu percebi bem, as saudades que ela tinha da nossa cidade, e dos tempos de estudante. Ela lembrava-se de tudo…

Ela ficou surpreendida quando lhe contei que o bar de praia onde realizávamos as nossas festas, estava pronto a ser destruído. Ela não queria acreditar e no final do jantar confessou que gostava de voltar a visitar aquela praia. Fomos apenas os dois, pois todos os restantes colegas foram para um bar com música ao vivo no centro da cidade. Nós prometemos ir ter com eles, depois deste pequeno desvio. A Natália ficou impressionada com o estado do areal. Ficamos sentados nos degraus de entrada do bar, a observar o que a Natureza já tinha alterado naquela praia. Ali ficamos a recordar histórias do passado…

Foi nesse momento que ganhei coragem e lhe perguntei: “tens alguém?”. Uma resposta silenciosa foi dada com um sorriso tímido e um beijo demorado, o nosso primeiro beijo, tantos anos depois. Pela primeira vez estávamos os dois livres. Acabamos por entrar dentro do bar, já parcialmente destruído, para recordar o local.

Rapidamente os nossos corpos se interessaram noutro assunto. Deitados naquele chão prestes a ser destruído, beijei aquele corpo como sempre desejei. Parecia perfeito, ela tinha um sabor especial. As suas mãos incrivelmente bem tratadas, tocava-me suavemente e acabaram por me ordenar a entrar dentro de si, indicando-me o caminho desejado.

Entrei dentro dela calmamente, saboreando cada milímetro do seu interior. O mais interessante, é que a nossa conversa continuava: “lembras-te daquele dia… lembras-te daquela vez… lembras-te daquela brincadeira” … a única coisa que interrompia as nossas palavras, eram os suspiros e os arrepios que não conseguíamos controlar. Naquele momento conseguimos ultrapassar a timidez de um desejo antigo.

Que mulher saborosa, como foi possível tantos anos depois? Nós ouvíamos a força do mar, e sentíamos a intensidade do nosso prazer… A satisfação foi indescritível, incrementando o arrependimento do tempo perdido. Porquê é que não lhe confidenciei este desejo há mais tempo?

Nessa noite aprendi que durante muitos anos me recusei a ser feliz, com medo de ser rejeitado. Se nunca arriscares, nunca saberás se és correspondido… eu era correspondido, e não sabia… Acabamos por ir até ao centro da cidade, juntar-mo-nos aos restantes colegas… e todos ficaram pasmados quando nos beijamos apaixonadamente. Aquele beijo significou muito…

Foto: A.Indien (Corbis.com)

* Entrada na Faculdade



A Lara vivia apenas com a mãe, e nem conhecia o pai. Ela foi fruto de uma aventura adolescente, e a mãe ficou grávida com apenas 15 anos. No entanto, mesmo com a filha nos braços, estudou, licenciou-se, e conseguiu um importante cargo numa das maiores farmacêuticas mundiais.

Pelo facto de a diferença de idades entre mãe e filha ser tão pequena, a maioria das pessoas pensavam sempre que eram irmãs, até porque fisicamente, a Lara era praticamente igual à mãe. Como a mãe se deslocava diversas vezes à Alemanha, em trabalho, eu durante esses dias ficava sempre dormir em casa da Lara. Eu era mais velho que a Lara, mas ela apesar de ser mais jovem, tinha uma maneira de pensar bastante avançada. Aquelas noites eram aproveitadas ao máximo, e dormíamos sempre na cama da mãe, por ser uma cama de casal, e com um colchão de água delicioso.

Naquela noite, eram afixados os resultados de entrada para a universidade da Lara, e fomos os dois ansiosos até à Cidade Universitária. Foi com grande entusiasmos que ela soube que tinha entrado no curso que sempre tinha sonhado. Ficou eufórica, radiante, electrizada. Voltamos para casa e tivemos uma noite tórrida, sem direito a pausas, nem descanso, e muito menos dormir. Ela estava tão feliz e radiante que queria tudo.

Nessa noite, ela pediu-me para entrar dentro de uma zona do seu corpo, onde nunca ninguém tinha entrado. Depois de tanta acção, por volta das 5 horas da manhã, eu acabei por adormecer.

No dia seguinte, quando acordei, ouvi barulho no quarto e senti o cheiro do perfume da Lara, e sem abrir os olhos disse: “anda, vem aqui para o meu lado, quero voltar a sentir a tua boca…” Aquelas palavras serviram de ordem. Comecei a sentir aqueles lábios a chuparem algo que estava murcho e cansado, e que rapidamente se transformou numa fonte de energia, quente, dura e pronta para tudo. Aqueles lábios quando sentiram que ali já tinham feito o seu trabalho, subiram pelo meu peito, até à minha boca.

Nesse momento, abri finalmente os olhos, e tive a maior surpresa da minha vida: a mãe da Lara. Eu não acreditava no que lhe tinha dito. Eu estava nu, deitado na sua cama. Eu não me lembrei que ela e a filha, usavam exactamente o mesmo perfume. Ela apercebendo-se do meu espanto e falta de reacção, colocou o dedo nos meus lábios, dando-me ordem para eu não dizer nada. Voltou a beijar-me, e retirou a pouca roupa que ainda tinha vestido. Foi fantástico observar as semelhanças que o corpo dela tinha com a Lara.

Incrivelmente, entrei dentro daquela mulher, que me confessou ao ouvido: “liberta este desejo que está dentro de mim, há mais de 5 anos que se vem acumulando, mas nunca encontrei o homem certo para o libertar. Saboreia o meu desejo. Aproveita-te de mim, abusa de mim, devora-me com força… dá-me prazer…”.

Foi impossível negar este pedido, e aquela cama provavelmente nunca tinha sentido nada tão intenso. Naqueles momentos, senti a verdadeira essência da genética humana, pois os movimentos, os impulsos, as contracções, os gemidos que aquela mulher fazia, eram exactamente iguais aos da Lara. Tal mãe, tal filha.

Se eu fechasse os olhos, dificilmente conseguiria diferenciar uma da outra. Bem, a diferente apenas foi facilmente notada, quando aquela mulher explodiu de uma forma exuberante. Que loucura, aqueles gritos de prazer provocaram em mim uma violenta e intensa descarga de satisfação, que ela fez questão de saborear, com os olhos a brilhar, e com a língua a percorrer os lábios, tal e qual com a Lara sempre faz. Ela demonstrou uma deliciosa devassa feminina.

No Final, ela ligou à Lara dando a notícia que tinha chegado um dia mais cedo, e ela disse-lhe que estava na faculdade, excitadíssima e eufórica, praxada, a fazer a inscrição no curso, e a viver com grande intensidade, o seu primeiro dia da sua nova vida académica.

Eu nunca imaginei, que com tão poucas horas de diferença, poderia saborear o delicioso corpo de uma mãe e de uma filha. E agora? Será que a mãe vai contar à filha? Conto eu? Ou ficará um eterno segredo?

Foto: Gabriela Medina (Corbis.com)