* Penedo da Saudade


Foram tempos difíceis, pois não conseguia arranjar emprego na minha área, no entanto surgiu uma oportunidade em Coimbra, e eu aluguei uma casa no centro da cidade, no entanto foram promessas vãs, pois quando comecei a trabalhar confirmei que tudo o que me tinha sido prometido era mentira, e assim acabei por ir trabalhar para uma pastelaria que existia perto da Sé Velha, para conseguir pagar os custos do aluguer.

Aquela pastelaria era um espaço que era visitado por muitos estudantes universitários, e numa determinada noite, um grupo de estudante que se preparavam para enfrentar uma noite de animação, decidiu ir “aguentar a noite” lá na pastelaria, antes de seguir para uma discoteca da cidade.

Nesse grupo estava uma cara que efectivamente não me era estranha. Trocamos um olhar de quem nos conhecíamos, mas não tivemos coragem para trocar qualquer palavra.

Parecia-me a Margarida, uma colega que eu tive em Lisboa, no 7º e 8º ano. Ela era chamado por todos pela “gordinha”, pois era uma rapariga baixinha e gordinha, e com acne no rosto. No entanto, hoje, apesar de o sorriso ser igual, está uma mulher muito diferente, uma universitária elegante, bonita, atraente.

Quando sai do trabalho, decidi ir com os únicos amigos que tinha na cidade aproveitar a noite, e entramos exactamente na mesma discoteca onde estava a Margarida. Voltamos a trocar olhares, mas desta vez, venci a timidez, e decidi meter conversa com ela, e confirmei as minhas suspeitas, era mesmo ela.

Aquela noite tornou-se fantástica, ficamos a dançar, e a relembrar os nossos tempos de criança, e a falar de que vida tinham seguido os nossos antigos colegas. Margarida acabou mesmo por me confessar que naqueles tempos, sempre foi apaixonada por mim, e ficava morta de ciúmes sempre que me via com outra rapariga.

E confessou-me ainda, nunca se sentiu tão atraída por ninguém, como se sentia por mim nesses tempos de adolescente, e desse modo, ainda hoje conserva a sua virgindade para a entregar a uma grande paixão. Ela era uma romântica. Fiquei surpreso com a confissão, e acabei por lhe oferecer um demorado beijo na boca, que quase a fez derreter. 

Foi fantástica a forma como ela me ofereceu os seus lábios e a sua língua. Senti que ela me queria oferecer o seu pequeno tesouro. Convidou-me para eu ir a casa dela, mas eu rejeitei, e apenas trocamos os nossos números de telefone.

Depois daquela noite, Margarida passou a ser uma fiel cliente da pastelaria onde eu trabalhava, e começamos a sair com alguma frequência, apenas os dois. Numa determinada noite, depois de termos dançado na nossa habitual discoteca, eu e a Margarida seguimos para o Penedo da Saudade, de modo a ficarmos mais perto, da fantástica Lua Cheia, que preenchia o céu de toda a cidade.

E aquela noite foi especial. Tudo ultrapassou os nossos habituais beijos demorados. Ofereci à Margarida uma sensação que ela nunca tinha sentido, e entrei dentro do seu corpo, com todo o desejo de lhe dar prazer, e com toda a vontade que aquela noite ficasse marcada na sua memória para sempre.

Foi fantástica a maneira que ela se entregou a mim, querendo sentir o meu corpo a penetrar o dela. Correspondi com todo o romantismo que ela sonhava para um momento tão especial, e dei-lhe o máximo prazer possível, e que estava ao meu alcance.

Depois daquela noite, o quarto onde ela estava a viver, era sempre pequeno para tanto amor e desejo entre os dois, mas o Penedo da Saudade ficou para sempre marcado como um local especial, e que fazíamos questão de passar em todas as nossas datas especiais.

Foto: Solus-Veer (Corbis.com)

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