* Profissionalmente Incompativeis

O Sr. Aníbal era o funcionário mais antigo da empresa, e finalmente tinha decidido se reformar. Ele era o chefe de um dos departamentos mais importantes, e a vaga que ele ia deixar livre era desejada por muita gente.

Foi uma surpresa para todos, quando o presidente me convidou para ocupar aquele lugar. Eu nunca pensei assumir tal cargo, até porque nunca tinha trabalhado naquela vertente, mas assumi a responsabilidade.

Eu não fui muito bem recebido pela nova equipa de trabalho, mas com o passar das semanas, as coisas foram normalizando, e a produtividade até aumentou, em relação ao passado. O meu único problema passou a ser a Letícia.

Ela era uma mulher irreverente, pouco mais jovem que eu, e começou a contestar tudo o que eu lhe pedia para fazer, tornava-se enervante, pois nunca concordava com nada. Foram muitas as ocasiões onde tivemos discussões feias, e cheguei a pensar por diversas vezes, solicitar à direcção o seu despedimento.

Eu necessitava de alguém para o próximo sábado, para organizar o arquivo, que devido ao excesso de trabalho, estava a ficar esquecido e extremamente desorganizado. Ninguém se mostrou disponível para ganhar umas horas extra, sendo a desculpa de todos, o facto de não terem ninguém com quem deixar os filhos. A Letícia, um pouco a contra gosto, aceitou ir trabalhar, até porque vivia sozinha num apartamento alugado e todo o dinheiro lhe fazia falta.

Eu não sabia como as coisas iriam correr, afinal iríamos ficar os dois, todo dia, num pequeno espaço fechado, mas estava confiante. A Letícia apareceu com uns headfones, com a música bastante alta, talvez com o objectivo de não ouvir minimamente o que lhe teria para dizer, mas em contrapartida, vinha com uma roupa mais casual, o que a transformava numa mulher muito mais bonita.

* Velha Casa do Vampiro



Desde muito novo, que aquela Velha Quinta, era o local onde eu passava 15 dias de Julho. Era a colónia de férias da empresa, onde o meu pai trabalhava. Aquilo tornou-se um hábito, e depois dos meus 18 anos, fiquei um dos monitores da colónia. Aquela quinta tinha muitas histórias para contar.


Éramos oito monitores, quatro homens e quatro mulheres, todas pessoas, que cresceram com aventuras naquele lugar. Naquela quinta, no vale junto ao rio, existia uma casa velha, conhecida por todos, como a “Casa do Vampiro”. 

As pessoas mais antigas da aldeia, contavam que naquela casa viveu um homem velho, com uns dentes fora do normal. Muita gente desapareceu daquela aldeia e arredores, sem nunca mais ser encontrada. Conta a história, que era esse homem que as levava, para aquela estranha casa sem janelas, e ainda hoje lá existem marcadas de todas as pessoas que desapareceram.


Aquela era uma zona praticamente interdita da quinta, e aquela casa era apenas vista ao longe por todos. Todos os jovens adoravam a história, e ficavam fascinados com a estranheza daquela casa junto do rio. Naquela noite, depois de estarem todos os rapazes, de quem éramos responsáveis, a dormir, eu e os outros três monitores decidimos descer o monte, e entrar dentro daquela casa. Nem a Lua Cheia nos assustava.


Quando lá chegamos, empurramos a porta, e encontramos uma casa escura, com as paredes pintadas de negro e sem janelas. Era difícil conseguir ver o que existia lá dentro, mas aparentemente apenas existia uma cadeira, uma mesa e uma cama. Parecia uma humilde casa de campo. Existia umas escadas para uma cave, onde a escuridão era total, mas descemos. A visibilidade era nula, e foi nesse momento que o Filipe se lembrou, que quando era mais novo, era aquela escuridão, que pretendíamos para jogar ao quarto escuro. “Vamos ver como é assim”.



Começamos, e através dos sentidos e do toque, tínhamos de identificar o nosso amigo. Mas a brincadeira ficou mais adulta, quando o Filipe decidiu tirar a roupa e ficar totalmente tu. Todos nos rimos com a ideia, e todos o imitamos. Tornou-se uma brincadeira improvável. Todos excitados e todos a mexer na excitação de outro homem. Todos no sentimos, todos nos tocamos. Que estranho mas excitante momento.



No dia seguinte, contamos às raparigas que tinhas entrado na “Velha Casa do Vampiro”, e ela ficaram curiosas, quiseram saber tudo, e depois de contarmos que se tratava de uma casa velha e vazia, acabamos por combinar em lá voltar nesta noite. Lá fomos todos, mas nas raparigas, a Maria João era a mais ansiosa por conhecer a casa. A Cristina, a Nádia e a Nair estavam receosas.


Quando lá chegaram tiveram uma surpresa com a simplicidade do espaço, e quiseram conhecer também a cave, e quando lá chegamos a Maria João disse: “Este espaço é fantástico para jogar ao Quarto Escuro”. Todos os rapazes se riram. O que é certo, é que a aventura da noite anterior repetiu-se, mas agora com oito pessoas. Todos aceitamos o desafio e todos ficamos sem roupa. As nossas mãos percorriam todos os corpos, sem identificar o seu proprietário, os nossos dedos entravam onde era permitido entrar, no profundo e quente desconhecido do prazer. Onde estava o meu dedo? Quem me tocava? Quem me beijava?


Senti duas mãos a agarrarem-me em simultâneo, enquanto beijava alguém nos lábios. De quem seriam aquelas mãos? De quem seriam aqueles lábios? Os meus dedos acabaram por se alojar dentro do corpo de uma das mulheres, e através de um ritmo calmo e pousado, impus o ritmo certo, levando-a a um intenso momento de prazer. 

Mas logo de seguida, aqueles dedos ainda molhados conheceram o interior de outra das minhas companheiras, e o prazer ainda foi mais intenso. Nós não víamos nada mas sentíamos tudo. Naquela noite, foi indescritível o prazer que todos atingimos, de uma forma estranhamente anónima. 

Combinamos que na noite seguinte, iria entrar outra coisa, que não os dedos… Depois de tudo, a história daquela casa passou a ser diferente, mas apenas para nós.

Foto: Autor Desconhecido

* Ritmo Argentino

Eu sempre fui um péssimo dançarino, e naquele ano, os meus amigos decidiram oferecer-me, no meu aniversário, um voucher para uma aula de dança. Foi uma brincadeira, mas também servia para tentar-me entusiasmar, para nas próximas festas, como era habitual, eu não ficar apenas sentado, a ver todos a dançar.

Liguei para o salão, e agendei a aula para uma quarta-feira, às 22h. Quando lá cheguei, ainda não tinha decidido o tipo de dança que iria escolher, mas isso foi fácil de resolver, pois a única professora que estava disponível era a Argentina Dolores, a professora de tango.

Aceitei o desafio. Ela perdeu 10 minutos a explicar-me a essência, a sensualidade e o erotismo da dança. Depois, no restante da aula, ela mostrou-me os passos principais, as bases iniciais, e como os dançarinos se devem comportar.

Fiquei curioso, e no final daquela aula decidi marcar mais algumas sessões. Fiquei decidido em aprender mais. Nas aulas seguintes, a magia da dança, o ritmo e a melodia entraram no meu espírito. Quis mergulhar verdadeiramente na sensualidade argentina, e vesti-me sempre a rigor, e ela correspondia, com um vestido comprido e com meia de liga, que tornava tudo mais sensual e sedutor.

Com o passar do tempo, a dança tornou-se voraz, num ambiente vermelho, sedutor, quente. Ela começou a transferir o domínio da dança para mim. Entregou-se. Para ela, a essência da dança era o domínio do Homem. Tudo ficou mais intenso. Ela tornou-se num objecto frágil nos meus braços.

As minhas mãos dominavam o seu corpo quente, sentiam as suas costas e percorriam as suas pernas. Em algumas situações os rostos colavam-se, e os lábios raspavam uns nos outros. Se inicialmente ficava envergonhado com aqueles movimentos, com o passar do tempo tudo se tornou normal.

Naquele final de noite, ficamos sós no salão, sem ninguém por perto. A dança tornou-se mais quente do que habitual. A forma como a agarrava e a puxava contra o meu corpo, deixou-a totalmente fragilizada e entregue a mim. Num movimento mais rápido, ela agarrou a minha camisa e fez todos os botões rebentarem, mas a dança não parou. 

De seguida, passei a minha mão pelo seu pescoço enquanto ela se deitava para trás, oferecendo-me uma visão deslumbrante. A minha mão fez descair a alça do seu vestido, deixando-a apenas com as ligas. O botão das minhas calças também não aguentou muito mais tempo, acabando por saltar, com a força da mão daquela mulher. Ela começava a ficar submissa nos meus braços.

Ela beijou o meu peito, e num movimento descendente, tirou-me as calças, deixando-me como eu vim ao mundo. Ela apenas com as ligas, colou o seu corpo ao meu, num fantástico momento de sedução. Num dos passos habituais, ela levantou a perna e envolveu a minha cintura, puxando-me contra si. Aquele movimento foi a ordem que os nossos corpos esperavam. Entrei dentro do seu corpo, mas por pouco tempo, pois o ritmo da dança obrigou a um momento de afastamento dos corpos.

Desejoso daquele corpo, o meu braço puxou-a, e ela saltou, envolvendo as suas pernas na minha cintura, e fez com que eu entrasse profundamente dentro seu corpo. Os peitos colaram-se. Delirante. O ritmo da música fazia ela dançar comigo dentro de si. Os corpos acabaram por cair no chão, com um ritmo e uma profundidade de prazer incalculáveis. Ela queria sempre tudo dentro de si, e tinha sempre vontade de lhe dar mais forte, e cada vez mais intenso. Eu correspondia ao seu desejo, e fui implacável ao seu prazer.

Tudo foi fantástico, num ambiente de paixão e sedução. Libertei-lhe ferozmente o meu prazer enquanto ela se deleitava nos meus braços ao ritmo de uma música que não parava.

Naquela noite quente de verão, eu senti por dentro o verdadeiro ritmo argentino, e percebi o sentido de Tango Passion…

Foto:JGI (corbis.com)

* Amor em Movimento

Eu e a Marta adorávamos inventar situações loucas e perigosas, onde o objectivo era simplesmente o prazer. Na nossa história de amor, já se encontravam escritos muitos locais públicos, onde ousamos ser vistos ou espiados, mas acabamos por nos entregar por completo.

Naquele final de tarde, depois de sairmos da sauna, no ginásio no Parque das Nações, ousei desafiar a Marta para uma viagem de Taxi pela cidade, para escolhermos um sitio para jantar. Ela conhecia-me bem, e percebeu que aquele convite tinha um segundo sentido. E tinha mesmo.

Entramos num Mercedes junto da Gare do Oriente e pedimos ao taxista: “Circule pelas principais avenidas da cidade, não se preocupe com o tempo, quando decidirmos parar, nós avisamos…” O condutor era um jovem, aparentemente com a mesma idade que nós, e achou muito estranho aquele pedido, no entanto não hesitou e fez-se à estrada. Eu e a Marta também não hesitamos e tomamos conta do banco de traz daquele carro. Beijos demorados, beijos molhados e mãos ousadas preparavam a entrega total.

A saia do seu vestido dela rapidamente subiu, e o seu corpo chamou a minha lingua. Senti aquele sabor enquanto viajamos na 2ª circular, desde o Aeroporto até Benfica. A minha lingua sempre activa, subia e descia de uma forma rápida, e era ajudada pelos movimentos do automóvel. Sem reacção estava o condutor que seguia toda a nossa loucura através do retrovisor.

Foi na Estrada de Benfica que mudamos de posição, e passaram a ser os lábios da Marta a trabalhar. Como sempre, ela adorava fazer as coisas com uma calma enervante, demorando sempre aproximadamente um minuto até colocar tudo dentro da sua boca, adorando sentir o meu toque na sua garganta. No entanto, aquela língua hiperactiva não parava, procurando sempre o recanto mais saboroso.

Eu percebi o descontrolo do motorista, que estava a sentir-se excitado e louco por entrar na nossa aventura. Ele sem ser discreto continuou a viagem, mas deixando a sua excitação bem visível, tentado a sua sorte.

A Marta sorriu, e já perto do Marquês de Pombal sentou-se em cima de mim, de modo a ser penetrada por completo. Sim, encaixei no seu corpo na perfeição, eu sentado no banco, e ela em cima de mim virada para a frente. Nesta posição era impossível ser discreto, e algumas pessoas na rua e noutros carros começaram a perceber o que estávamos a fazer.

Buzinavam, gritavam e faziam sinais, mas a Marta também sabia ousar e provocar, com gestos que fazia com as mãos e com a boca. Aquela interacção excitava-nos, tal como os olhos do motorista sempre fixos no retrovisor. Foi num semáforo no final da Av. da Liberdade, à chegada aos Restauradores, que um grupo de ingleses começou a bater no vidro e a gritar: “Fuck, fuck, fuck…”

A Marta com uma mão no peito e outra tocando o terminal nervoso de todo o seu prazer, acelerou o ritmo e a intensidade com que tudo acontecia e obrigou-me a não resistir, debaixo do olhar daqueles estrangeiros.

O semáforo ficou verde e arrancamos, e tudo o que saiu de dentro de mim ficou bem dentro do seu corpo, deixando-a a pingar prazer. Ela adorava sempre sentir o movimento de saida de tudo o que eu deixava no seu interior, ela adorava cada pingo que saia de dentro do seu corpo.

Com o serviço completo, pedimos ao taxista para parar na Rua do Ouro. Não poderia ser melhor a rua para qualificar tudo o que tínhamos acabado de viver… Ouro, valioso momento de prazer. Com o taxista mais calmo e rendido ao odor que pairava dentro do automóvel, recebeu o pagamento e seguiu viagem.

Eu e a Marta decidimos jantar num restaurante, no Chiado, e para nosso espanto, na mesa mesmo ao nosso lado estavam os ingleses que assistiram a tudo e voltaram a gritar: “Fuck, fuck, fuck…”

Foto: Jason Stang (Corbis.com)

* Durante a Final


Tudo aconteceu no dia 04 de Julho de 2004, ou seja, no dia da Final do Euro2004, no Estádio da Luz, em Lisboa. Nesse dia, todo Portugal estava parado para assistir pela primeira vez à selecção de futebol, numa final de uma grande competição de futebol, num jogo contra a Grécia.

Eu, inesperadamente e quase em cima da hora do jogo, recebi um convite para ir ao estádio. Fantástico.

Fiz-me ao caminho sem tempo para me preparar, e apanhei o Metro na Linha Azul em direcção à estação Colégio Militar, tal e qual como estava, com uma calças de fato de treino e um t-shirt.

Mas a verdade é que o Metropolitano estava insuportavelmente cheio, e devido ao excesso de passageiro, o comboio acabou por parar perto da Estação da Laranjeiras. Toda a gente muito apertada, e eu estava entre duas mulheres com um cachecol da Grécia. De uma forma inevitável, e talvez pela forma apertada que o meu corpo estava encostado ao rabo daquela mulher, comecei a ficar excitado. Ela claramente também sentiu.

Era impossível disfarçar devido à falta de espaço, mas fechei os olhos e dei assas à imaginação. Ela nunca olhou para trás, mas no meio daquela multidão e daquela confusão, fez um movimento com a cintura, quase que a permitir algo, e discretamente e de uma forma rápida, ela meteu a sua mão dentro das minhas calças para confirmar o que estava a sentir. Eu nem queria acreditar…

Logo de seguida o comboio iniciou a sua marcha, ela retirou a sua mão e rapidamente chegamos à estação de destino. No meio da multidão, perdi o rasto aquela mulher, no entanto nunca me esqueci de um rosto, que apenas conheci à saída da carruagem.

Já no estádio, deu-se inicio ao jogo. Eu não estava nada concentrado no jogo, e apenas pensava no que tinha acabado de acontecer. Foi estranhamente inesperado. Olhei em meu redor a tentar encontrar novamente aquele rosto, mas nada. O estádio estava repleto.

Esqueci-me do jogo, e retirei-me para beber algo no bar. Aquela zona do estádio estava vazia, mas foi no meio daquele deserto que ela apareceu. Seria uma visão??? Nada disso, era mesmo ela, com o seu cachecol da Grécia em direcção ao Wc. Quando ela me viu fez um grande sorriso e fez-me um sinal, como que a chamar-me na sua direcção, e continuou em direcção ao Wc feminino.

Estranhamente não hesitei e segui-lhe as pegadas entrando dentro daquele secreto universo restrito às mulheres. Ela estava escondida junto à entrada, e assim que entrei ela atacou-me, voltando a meter a mão exactamente no mesmo sitio, onde tinha estado destro da carruagem do metro. Desta vez eu consegui responder, e as minhas mãos também foram ousadas, agarrando aquele peito quase perfeito.

Esquecemos a possibilidade de alguém entrar naquele espaço, e quem entrou fui eu, entrei dentro do seu corpo, tal como os seus olhos me pediam. Ela dizia algo em grego, que eu não percebia, mas isso também não era importante. Com ela sentada em cima do lavatório, e com as suas pernas a envolver a minha cintura, dei-lhe tudo, completamente tudo, sendo a força das suas pernas que ditavam as regras.

Mantivemos toda a nossa tesão em ebulição até reparar que faltava pouco para o intervalo, e tudo foi rápido, acelerando o final daquele momento, e incrivelmente, ela quis que a minha marca ficasse registada no seu cachecol azul, e foi precisamente nesse momento que se ouviram os gritos e euforia de um golo da Grécia em pleno estádio. Ela teve um duplo momento de prazer.

Aquele dia foi muito marcantes em muitos pontos, e se a Grécia f… Portugal a nível futebolístico, eu da minha parte, f…. a Grécia, ou melhor, uma grega…

Foto:Ken Seet (Corbis.com)