* Amor em Movimento

Eu e a Marta adorávamos inventar situações loucas e perigosas, onde o objectivo era simplesmente o prazer. Na nossa história de amor, já se encontravam escritos muitos locais públicos, onde ousamos ser vistos ou espiados, mas acabamos por nos entregar por completo.

Naquele final de tarde, depois de sairmos da sauna, no ginásio no Parque das Nações, ousei desafiar a Marta para uma viagem de Taxi pela cidade, para escolhermos um sitio para jantar. Ela conhecia-me bem, e percebeu que aquele convite tinha um segundo sentido. E tinha mesmo.

Entramos num Mercedes junto da Gare do Oriente e pedimos ao taxista: “Circule pelas principais avenidas da cidade, não se preocupe com o tempo, quando decidirmos parar, nós avisamos…” O condutor era um jovem, aparentemente com a mesma idade que nós, e achou muito estranho aquele pedido, no entanto não hesitou e fez-se à estrada. Eu e a Marta também não hesitamos e tomamos conta do banco de traz daquele carro. Beijos demorados, beijos molhados e mãos ousadas preparavam a entrega total.

A saia do seu vestido dela rapidamente subiu, e o seu corpo chamou a minha lingua. Senti aquele sabor enquanto viajamos na 2ª circular, desde o Aeroporto até Benfica. A minha lingua sempre activa, subia e descia de uma forma rápida, e era ajudada pelos movimentos do automóvel. Sem reacção estava o condutor que seguia toda a nossa loucura através do retrovisor.

Foi na Estrada de Benfica que mudamos de posição, e passaram a ser os lábios da Marta a trabalhar. Como sempre, ela adorava fazer as coisas com uma calma enervante, demorando sempre aproximadamente um minuto até colocar tudo dentro da sua boca, adorando sentir o meu toque na sua garganta. No entanto, aquela língua hiperactiva não parava, procurando sempre o recanto mais saboroso.

Eu percebi o descontrolo do motorista, que estava a sentir-se excitado e louco por entrar na nossa aventura. Ele sem ser discreto continuou a viagem, mas deixando a sua excitação bem visível, tentado a sua sorte.

A Marta sorriu, e já perto do Marquês de Pombal sentou-se em cima de mim, de modo a ser penetrada por completo. Sim, encaixei no seu corpo na perfeição, eu sentado no banco, e ela em cima de mim virada para a frente. Nesta posição era impossível ser discreto, e algumas pessoas na rua e noutros carros começaram a perceber o que estávamos a fazer.

Buzinavam, gritavam e faziam sinais, mas a Marta também sabia ousar e provocar, com gestos que fazia com as mãos e com a boca. Aquela interacção excitava-nos, tal como os olhos do motorista sempre fixos no retrovisor. Foi num semáforo no final da Av. da Liberdade, à chegada aos Restauradores, que um grupo de ingleses começou a bater no vidro e a gritar: “Fuck, fuck, fuck…”

A Marta com uma mão no peito e outra tocando o terminal nervoso de todo o seu prazer, acelerou o ritmo e a intensidade com que tudo acontecia e obrigou-me a não resistir, debaixo do olhar daqueles estrangeiros.

O semáforo ficou verde e arrancamos, e tudo o que saiu de dentro de mim ficou bem dentro do seu corpo, deixando-a a pingar prazer. Ela adorava sempre sentir o movimento de saida de tudo o que eu deixava no seu interior, ela adorava cada pingo que saia de dentro do seu corpo.

Com o serviço completo, pedimos ao taxista para parar na Rua do Ouro. Não poderia ser melhor a rua para qualificar tudo o que tínhamos acabado de viver… Ouro, valioso momento de prazer. Com o taxista mais calmo e rendido ao odor que pairava dentro do automóvel, recebeu o pagamento e seguiu viagem.

Eu e a Marta decidimos jantar num restaurante, no Chiado, e para nosso espanto, na mesa mesmo ao nosso lado estavam os ingleses que assistiram a tudo e voltaram a gritar: “Fuck, fuck, fuck…”

Foto: Jason Stang (Corbis.com)

1 comentário:

  1. Excelente conto, muito senhor de imagens que excitam, inspiram e deliciam de um modo especialmente tórrido...

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