O Sr. Aníbal era o funcionário mais antigo da empresa, e finalmente tinha decidido se reformar. Ele era o chefe de um dos departamentos mais importantes, e a vaga que ele ia deixar livre era desejada por muita gente.
Foi uma surpresa para todos, quando o presidente me convidou para ocupar aquele lugar. Eu nunca pensei assumir tal cargo, até porque nunca tinha trabalhado naquela vertente, mas assumi a responsabilidade.
Eu não fui muito bem recebido pela nova equipa de trabalho, mas com o passar das semanas, as coisas foram normalizando, e a produtividade até aumentou, em relação ao passado. O meu único problema passou a ser a Letícia.
Ela era uma mulher irreverente, pouco mais jovem que eu, e começou a contestar tudo o que eu lhe pedia para fazer, tornava-se enervante, pois nunca concordava com nada. Foram muitas as ocasiões onde tivemos discussões feias, e cheguei a pensar por diversas vezes, solicitar à direcção o seu despedimento.
Eu necessitava de alguém para o próximo sábado, para organizar o arquivo, que devido ao excesso de trabalho, estava a ficar esquecido e extremamente desorganizado. Ninguém se mostrou disponível para ganhar umas horas extra, sendo a desculpa de todos, o facto de não terem ninguém com quem deixar os filhos. A Letícia, um pouco a contra gosto, aceitou ir trabalhar, até porque vivia sozinha num apartamento alugado e todo o dinheiro lhe fazia falta.
Eu não sabia como as coisas iriam correr, afinal iríamos ficar os dois, todo dia, num pequeno espaço fechado, mas estava confiante. A Letícia apareceu com uns headfones, com a música bastante alta, talvez com o objectivo de não ouvir minimamente o que lhe teria para dizer, mas em contrapartida, vinha com uma roupa mais casual, o que a transformava numa mulher muito mais bonita.
O dia estava a ser bastante produtivo e os dois, em poucas horas, tínhamos conseguido organizar a maioria das situações que estavam a ficar caóticas Pouco depois do almoço, quando fizemos uma pequena pausa, em silêncio, os nossos olhos fixaram-se de um modo que nunca tinha acontecido. Acho que o facto de eu não estar vestido com o meu habitual fato clássico, e de gravata, fez com que ela olhasse para mim de uma forma também diferente. E foi nesse momento, que de uma forma totalmente inesperada e inadvertida, os nossos lábios tocaram-se.
A calma do primeiro beijo foi trocada, pela forma intensa e rápida com que começamos a tirar a roupa dos nossos corpos. A mesa que se encontrava cheia de pastas e dossiers ficou rapidamente vazia, com tudo a cair no chão, devido à entrega dos nossos corpos. As primeiras palavras que ouvi sair da boca da Letícia naquele dia, foram expressões ordinárias, a ordenar-me para entrar dentro do seu corpo. Eu fiz-lhe a vontade, e naquele momento, eu tinha acabado de chegar a um incrível paraíso A Letícia era incrivelmente deliciosa.
Sentindo-me dentro do seu corpo, ela incessantemente ofendia-me, chamando-me “cabr…, chul…,palh….”, e aquelas palavras deixavam-me descontrolado, e respondi-lhe, exactamente com a mesma moeda chamando-lhe “put..,cabr…,vac..”.
Aquelas palavras serviam para alimentar o momento e para descarregar a raiva que tínhamos acumulado um pelo outro, durante as ultimas semanas. Tudo terminou, quando a Letícia, de um modo totalmente submisso, quis sentir o meu quente prazer, a escorrer em todo o seu rosto. Tudo foi sem dúvida inesperado.
Na segunda-feira seguinte, tudo voltou à normalidade, como se nada tivesse acontecido, com discussões, problemas, estando sempre em desacordo, afinal nós os dois éramos profissionalmente incompatíveis.
Foto: Gabriela Medina (Corbis.com)
...Mas compativeis na cama...
ResponderEliminarAdorei o conto =)
Beijo caliente
Bom trabalho...
ResponderEliminarFatos inesperados. Pessoas em desencontro. Só poderia dá num momento avassalador. Gosto disto!
ResponderEliminarBesitos =***
...muitas vezes sem saber por que,
ResponderEliminarrepelimos justamente o que nos atrai
sem limites.
belo conto!
vim agradecer seu carinho
por me seguir...
bj
O enredo deste teu conto me lembra muito o estilo de um autor brasileiro chamado Nelson Rodrigues. Não sei se já lestes...
ResponderEliminarEu diria que o teu conto se encaixaria perfeitamente numa coletânea de contos lançada por Rodrigues chamada "A vida como ela é...". Nada ficaria a dever daquelas histórias.
E como Nelson Rodrigues é um de meus autores prediletos eu, obviamente, amei o seu conto.Parabéns!
Bom esse... Surpreendente, eu diria...!
ResponderEliminarinteressante , gostei.
ResponderEliminarObrigada por acompanhar-me. Adorei sua escrita. E, seu blog nos deixa sem folego.
ResponderEliminarbjs e ótimo fim de semana.
Hummmmmmm muito bom, amei, seus contos cada vez melhores.
ResponderEliminarBom domingão, beijos.
Bom, erotico na medida!
ResponderEliminarBjssss
Boa Semana
Leo.SeximaginariuM
Parabéns pelo conto. A fantasia sexual em ambientes de trabalho faz parte do imaginário de muitos homens e mulheres. Gostei muito.
ResponderEliminarBj.
Adorei! Muito bom o texto!
ResponderEliminarAs ofensas são... maravilhosas.
ResponderEliminaroi!
ResponderEliminarDescobri que muitos dos meus visitantes passam por aqui!
Não conhecia teu blog!
E me encantei com tanta sensualidade!
Te linkei por lá!
Beijo
Afrodite
Esconder toda essa excitação deve ser perversamente doloroso.
ResponderEliminarComo os polos se atraem por vezes... sempre a ler-te.
ResponderEliminarBeijo libertyo
Quem desdenha quer comprar!
ResponderEliminarEla tava brigando com ele pq sabia que ele atraia ela... haha!
Amei.
Bjo
Adoro dirty talk...
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