* No Balneário




Conheci a Teresa no meu primeiro ano de faculdade e criamos uns laços de grande amizade e companheirismo, mas entretanto ela não se adaptou bem ao, e no final do primeiro ano, acabou por trocar para a Faculdade de Motricidade Humana, para o curso que sempre sonhou, Desporto.

Afinal era o espírito dela, bastava ver que na maioria dos dias, ela andava vestida de fato de treino e roupa desportiva. Ela sonhava ser professora de Educação Física e treinadora de uma equipa de futebol feminino.

Apesar de ela já não ser minha colega, a Teresa acompanhava sempre os treinos de futebol da equipa onde eu jogava, era uma boa maneira de ela aprender algumas técnicas de treino, e o treinador da equipa sabendo disso, chegou a pedir-lhe a colaboração no decorrer de alguns treinos, para desenvolver algumas tácticas e tentar melhorar as performances da equipa.

Naquela final de tarde de Maio, a temperatura estava alta mas o céu carregado de nuvens. No final do treino, a Teresa esperava sempre por mim à porta do balneário para ganhar uma boleia, mas naquela tarde enquanto ela me aguardava, caiu um forte aguaceiro, ela não tendo onde se poder abrigar, acabou por entrar dentro do nosso balneário, com a t-shirt totalmente molhada, de onde ressaltava a ausência de soutien…

O problema é que ela tinha entrado, como a rainha da t-shirt molhada, num balneário repleto de homens. A dureza dos bicos dos seus seios, destacavam-se naquele tecido molhado. As hormonas masculinas ficaram descontroladas…

Rapidamente, o Paulinho, o capitão da equipa, aproximou-se dela com uma toalha para a ajudar a limpar, e enquanto ele começou a tirar-lhe a t-shirt para a secar com a tolha, outros colegas meu também se aproximaram dela. 

Estavam todos superexcitados, e ela em tom de brincadeira, e bastante corada, disse que queria verificar com as próprias mão qual seria o mais duro, dando de seguida uma risada. Não parecia a Teresa que eu conhecia, e também não percebi se ela disse aquilo a sério ou apenas em tom de brincadeira e nervosismo.

Ela já estava rodeada por cinco homens com o corpo molhado, mas a restante equipa, com alguns jogadores ainda cheios de espuma, já estava toda a assistir ao espectáculo, também todos excitados. Eu era o único que não conseguia estar excitado com aquele espectáculo.

Senti a Teresa a entregar-se, de uma forma que nunca tinha assistido, talvez descontrolada, talvez inconsciente. Ela era uma amiga que falava comigo de futebol e de desporto como se fosse um homem, e por isso nunca a tinha imaginado como um objecto de prazer, nem olhei para ela com olhos de desejo.

No entanto, eu estava curioso para saber o que ia acontecer em consequência de tão arriscada brincadeira naquele balneário. Ela estava de olhos fechados, em tronco nu, a ser beijada no rosto, no pescoço e no peito. Eu não fui capaz de assistir a mais nada, sequei-me e vesti-me rapidamente e fui-me embora. Na minha cabeça corriam mil histórias e mil dúvidas. Será que ela vai entregar-se? Será que ela está a realizar uma fantasia?

O que se estará a passar? Foi o meu último treino naquela equipa e a última vez que vi a Teresa. Não tive coragem de voltar aquele local e enfrentar os outros jogadores. A Teresa que me ligava muitas vezes durante a semana, nunca mais me ligou. Será que ela queria a minha protecção? Ou a minha participação?

Ficarei para sempre na dúvida do que realmente se passou no meio daquele húmido com cheiro de gel de duche e shampoo, mas confesso que preferi ficar com esta dúvida eternamente…

Foto: Gianni Giansanti (Corbis.com)

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