* À Porta dos Exames



O curso estava quase a terminar, mas os trabalhos finais estavam a deixar-nos loucos. Eu e o Luís não pensávamos noutra coisa, estudar. A irmã do Luís, a Leonor, muitas vezes juntava-se a nós no estudo, mas ela tinha um objectivo diferente, queria ser médica, e aproveitava o nosso ritmo de estudo universitário para conseguir realizar o seu sonho. Só lhe faltavam os exames finais do 12º ano. Estávamos todos à porta dos exames...

Eu e o Luís queríamos sair da Faculdade, e a Leonor queria entrar. O irmão não tinha grande paciência para dar explicações à Leonor, e sempre que ela tinha alguma dúvida em Matemática, ela perguntava-me, e eu tinha muito gosto em ajudar. Eu dei-lhe o meu número de telemóvel, e deixei-a à vontade para ela me ligar, sempre que tivesse duvidas.

Ela, sentido a pressão da proximidade da data dos exames, começou a ligar-me todos os dias à noite, para fazer um resumo do que tinha estudado. Ela tinha uma voz doce e meiga, e dizia-me vezes sem conta, que adorava ouvir a minha voz sexy. Eu achava graça aquela observação.

Muitas vezes durante estas conversas nocturnas, eu sentia a respiração da Leonor mais acelerada, muitas vezes interrompida com pequenos suspiros. Eu perguntava-lhe sempre o que se estava a passar e ela respondia-me sempre: “é efeito da tua voz sexy…”. Eu desconfiava seriamente o que ela poderia estar a fazer. Mas enquanto falávamos de matemática? Seria possível?

No dia antes do nosso exame final, passei o dia todo em casa do Luís, os dois trancados no quarto dele. Os pais dele estava no norte e a Leonor não estava em casa. Perto das 22h, ele saiu para ir à casa da namorada e eu fiquei sozinho a fazer provavelmente os últimos exercícios. Estranhamente o meu telemóvel tocou, e o número era… o número da casa do Luís, era a Leonor.

Ela pensava que estava sozinha em casa, até porque eu estava em silêncio no quarto do irmão. Eu não desvendei que estava, apenas com uma parede a separar-nos. Mais uma vez, depois de algumas dúvidas de matemática, a sua voz voltou a ficar ofegante, com os constantes e habituais suspiros… Não resisti, e avancei até ao quarto dela. Porta simplesmente encostada, ela estava deitada na sua cama como o telefone no ouvido.

Para não ser descoberto, disse-lhe que tinha de falar muito baixinho. O quarto dela tinha as paredes pintadas de cor-de-rosa, alguns bonecos pelo chão e uns cortinados coloridos. Talvez um quarto demasiado infantil para uma rapariga crescida e pronta a estudar medicina. O facto de estar a falar muito baixo quase a sussurrar fez a Leonor dizer: “a tua voz assim ainda é mais sexy…

Os meus olhos olharam com atenção para o corpo dela, e se uma mão segurava o telefone, a outra estava dentro da sua roupa, a tocar exactamente no sítio que eu imaginava. Decidi ser ousado: “eu sei o significado dessa respiração, desses suspiros fortes e quentes, e queria ser eu a entrar dentro de ti, queria preencher o teu corpo, completar-te… Queria sentir o calor da tua mão, o sabor húmido do teu dedo. Queria estar contigo e poder oferecer-te tudo… tudo o que tu desejasses… queria oferecer-te o meu corpo de homem para tu brincares e abusares… e acredita que substituía esse teu pequeno dedo, de uma forma intensa e com muita qualidade

A Leonor não me respondia, nem dizia uma única palavra, mas tinha uma respiração cada vez mais sôfrega, e entre aquela porta, eu conseguia ver o movimento do braço dentro da sua roupa cada vez mais intenso: ”Imagina tudo o que te poderia oferecer… adorava ver o prazer espelhado nos teus olhos” e foi neste momento que a Leonor decidiu falar:”adorava ter-te aqui, queria sentir-te dentro de mim, bem fundo, queria me sentir penetrada por ti. Eu queria que tu fosses o homem mais velho que eu nunca senti, que me ensinasses a sentir prazer de verdade, como uma verdadeira mulher adulto, que pensa em sexo, que sonha com sexo e que deseja sexo a toda a hora” 

Foi nesse momento, que abri a porta do quarto, e apareci à sua frente...

Foto: Kathrin Ziegler (Corbis.com)

1 comentário: