* Fruto Proibido

Este blog era privado e anónimo, e ninguém tinha conhecimento desta minha vertente mais secreta e intimista. 

Foi provavelmente uma forma que eu usei, para recriar o meu espírito mais erótico e imaginativo.

No entanto, a Matilde, mulher do meu amigo Leandro, que trabalhava numa pequena clínica na avenida principal, foi a primeira pessoa a desvendar este meu segredo. A clínica tinha apenas dois médicos, e às quintas-feiras, não havia consultas, e assim a Matilde ficava com pouco trabalho naquele dia da semana. 

Muitas vezes, eu passava junto da clínica, e sabendo que ela estava desocupada, entrava e convidava-a para um café, e acabávamos sempre por conversar um pouco. Certa tarde, o convite partiu da parte da Matilde, quando me enviou um SMS: “queres beber um café? Quero perguntar-te uma coisa…” 

O que será que ela queria? Quando lá cheguei, em vez do café na habitual esplanada, acabamos por beber o café da máquina de cápsulas que existia na clínica, e ela abriu logo o jogo: “Olha, tu não tens um blog?” eu corei, e ela continuou: “tenho quase a certeza, pois quando li aquelas histórias, imaginei-te… aquelas palavras identificam-te… só podes ser tu…

Fui descoberto!!! Será que sou assim tão fácil de identificar? Pelas minhas palavras? Pela minha forma de escrever? Acabei por confessar que era verdade, que eu era o autor daqueles textos… Ela sorriu vitoriosa dizendo: “eu sabia… só podias ser tu…
“Gosto de homens assim, eróticos, sensuais… que sabem utilizar a imaginação, utilizando as palavras certas, no momento certo, conseguindo fazer uma mulher sonhar… ficando louca… tenho tanta pena que o meu Leandro não seja assim… ele é demasiado tradicional e conservador…”

As palavras dela despertaram o meu instinto, e eu roubei-lhe um beijo. Talvez não tenho sido melhor atitude da minha parte, mas ela entrou-se aos meus braços. O seu instinto feminino precisava daquilo, de um homem ousado e atrevido.

A irresponsabilidade apoderou-se de nós, e os dois corpos entregaram-se no sofá da sala de espera. Fomos loucos e arriscados. Deu-me um gozo tremendo a ousadia de entrar dentro do corpo daquela mulher casada. Foi deliciosa a forma como o seu corpo me recebeu. Fiquei por cima, entrei dentro dela, e fiquei sem vontade de sair. Completamente lá dentro, deliciei-me com a sua profundidade. Movimentei-me de forma circular no seu interior, obrigando o seu corpo a ficar mais aberto para mim. Fui abusador, e ela adorou o meu abuso. 

Cada volta que eu dava, sentia-a mais excitada. Eu não queria sair de dentro dela, e percebi que ela gostava de sentir as minhas bolinhas cheias, a bater e a esfregar, numa zona muito quente, húmida e sensível. Tudo estava sensível. E apesar de ela estar a deliciada por estar preenchida daquela maneira, ela fez-me sair de dentro de si, colocou-se de joelhos no sofá, colocou os braços no apoio do sofá, ficando totalmente empinada e exposta para mim. Ela queria sentir-me a entrar por detrás.

Foi impossível resistir, e da forma que ela pediu, entrei e sai milhares de vezes de dentro do seu paraíso mais perfeito. Quase tirava tudo, para depois dar uma estocada forte e profunda, até não entrar mais nada. Eu adorava preencher o seu corpo na totalidade. Tão forte lhe dei, que acabei por não resistir, ficando os dois sem fôlego, mas deliciados, sentados naquele sofá.

Naquela tarde, eu e a Matilde fizemos uma nova descoberta, o prazer proibido, perigoso e o misterioso sabor da infidelidade. Mas porque será que tudo isto tem um sabor tão especial? 
E desde aquela tarde, as quintas-feiras tornaram-se perigosamente deliciosas… e o crime tornou-se perfeito… e a Matilde passou a ser o meu fruto proibido…

Foto: _ (Corbis.com)

7 comentários:

  1. Eu também sou tradicional. E reconheço que o facto de ter o blog alargou muito os meus horizontes, estimula-me, «obriga-me» a pensar o que vou fazer, a tomar a iniciativa.
    O principal estímulo que advém do facto de ter um blog erótico, resulta da anonimidade, ninguém, mas ninguém que me conheça poderia, sequer, imaginar que eu teria um blog.
    Um beijinho,
    Ana

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    1. podemos dar assas á nossa imaginação... mantendo sempre a nossa privacidade

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  2. belo conto, com sensual intensidade.
    Vou seguir-te...a escrita!

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  3. O Jota gostou da cadência narrativa que imprimiste ao texto.

    Abraço!

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  4. sabes bem que o fruto proibido é sempre o mais apetecido...bem sensual o conto...

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