* Sexo ao Vivo

Eu era jovem, e já tinha visto em alguns filmes americanos, lojas com peep-show. Eu sempre pensei: será que isto existe em Portugal? Foi a caminhar nas ruas de Lisboa que descobri uma sexshop, onde existia este tipo de espetáculos.

Foi a minha grande oportunidade de matar a minha curiosidade. Entre na loja e escolhi uma pequena porta. Encontrei um espaço apertado, com um vidro fosco. Ganhei coragem para colocar uma moeda, para assistir ao show. Eu esperava encontrar de uma mulher nua, separada de mim apenas por aquele vidro. Acho que é um desejo secreto de todos os homens.

A moeda caiu, e o vidro deixou de estar fosco permitindo a visibilidade para o interior daquele espaço. Eu fiquei surpreendido com o que vi. Distraído, eu não li o grande anúncio que estava no interior da loja, junto à porta. Em vez de uma mulher, eu deparei-me com uma sessão de sexo ao vivo, com um casal, sem qualquer tabu…

Admito que fiquei bastante entusiasmado, com a imagem daquele casal, aparentemente oriundo de um país do Leste da Europa, em grande atividade, mesmo à minha frente, num palco rotativo, que me permitia assistir aquele espetáculo de todos os ângulos.

O tempo de cada moeda era curto, e para continuar a assistir tinha de colocar uma nova moeda. Tornava-se num espetáculo caro, e eu não ia monetariamente preparado, e assim apenas consegui assistir a poucos minutos…

Sai daquele espaço apertado, e fiquei atento a tudo o que existia naquela loja. Junto à porta, estava a informação que eu ainda não tinha lido, com uma foto do casal, e a comunicação que aquela actuação repetia-se de hora a hora. Surgiu-me logo a dúvida. Como é que aquele homem conseguia?

Imaginei que a Madalena ia gostar de assistir, mas nunca teria coragem de aceitar o meu convite. Era uma amiga sem tabus, mas tímida. Vi no horário que a última sessão seria às 22h, e arranjei um motivo para conseguir arrasta-la, ainda naquele dia, para aquela zona da cidade. Um jantar? Pago por mim? Ela aceitou o convite…

Quando passamos à porta da dita Sexshop, convencia-a a entrar, com um pedido mentiroso de ajuda, na compra de uma prenda atrevida para um amigo comum. O ambiente da loja estava diferente, mais pesado, com homens de meia-idade a vaguear pela loja, a entrar e a sair das cabines.

Ela sentiu-se incomodada com a atmosfera que ali se sentia, e questionava-me constantemente sobre o que acontecia dentro daquelas pequenas portas. Eu, sem lhe responder, puxei-a para dentro da única cabine que estava livre, colocando de imediato uma moeda. Lá estava o mesmo casal da manhã em acção.

Ela ficou incrivelmente surpreendida, com o seu olhar fixo no que estava a acontecer. Ela ficou incrivelmente corada. Desta vez eu estava preparado com mais moedas, mas tudo foi rápido. Quando tudo terminou, agarrei-lhe na mão e saímos em passo acelerado em direcção à rua, para não sermos alvo de olhares.

Estávamos os dois a ferver. Fomos até ao carro que estava no parque de estacionamento subterrâneo, perto do jardim. A pouca luz, e a zona mais escondida onde o veículo estava estacionado, foi o mote para não resistir à adrenalina e ao desejo que estávamos a sentir.

Rebatemos o banco do carro e abusamos um do outro, sem nos preocuparmos com os outros carros e as pessoas, que passavam mesmo ao nosso lado. Isso em vez de nos inibir, ainda nos excitava mais, sentindo-nos na pele do casal do peep show. A loucura foi tal, que ela abriu o vidro do carro, para o grito do seu orgasmo ecoar por todo aquele estacionamento.


Foto: Richard Nowitz  (corbis.com)

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