* Ao ritmo do DJ

Aquela cidade do centro de Portugal, decidiu despedir-se do Verão, com um festival de música electrónica, nas muralhas do castelo.

Foi sem dúvida um evento que levou muita gente à cidade, até porque os cabeças de cartaz, eram os melhores DJ’s regionais, nacionais e internacionais.

Confesso que era um tipo de música que nem sempre me fascinava, mas na companhia dos amigos, sabia bem “abanar o capacete”. E pronto, vários colegas de trabalho decidiram mergulhar nas muralhas daquele castelo, para uma noite com uma batida forte, e eu acabei por acompanhá-los.

Estava uma noite quente, e uma multidão naquele castelo. O ritmo era intenso, e todas aquelas pessoas abanavam o corpo ao ritmo da música. Eu também dancei, até descobrir uma mulher maravilhosa, que estava a trabalhar no bar junto do torreão. Cabelo escadeado pelos ombros, madeixas loiras, e os olhos maquilhados de preto. Ela podia não ser a rainha daquele castelo, mas certamente seria a plebeia mais bonita.

Tentei meter conversa, tentei saber o nome, perguntei a idade… e nada. Ela ria-se da minha insistência, mas não me respondia. Mas eu não desistia, e dizia-lhe: “vou esperar por ti, e vou-te seguir… vim de longe para te conhecer, e agora não posso te deixar fugir…” Talvez eu tiver a ser um básico sedutor, com palavras vulgares, mas ela estava a gostar do que ouvia.

Ela continuava a sorrir ao meu assédio, servindo todo o tipo de bebidas aos clientes. Eu não desistia, e mantinha-me encostado ao balcão num monólogo, onde a única reacção que conseguia obter eram sorrisos. Já a noite ia alta, quando finalmente ela interagiu comigo e disse-me: “tenho de ir ao armazém, tu vais ficar ai a falar sozinho?”

Eu fui atrás dela, e foi nesse percurso que ela retirou do bolso uma aliança, e colocou no dedo anelar da mão esquerda. Ela era casada? Então porque trabalhava sem aliança? E agora, desisto ou continuo neste jogo de sedução? Não desisti, e acabei mesmo por entrar com ela dentro daquele armazém, que estava cheio de garrafas de cerveja.

Finalmente, eu calei-me e encostei aquela mulher literalmente à parede. Ela não reagiu à força masculina que eu impus no seu corpo. Demos um beijo demorado, enquanto a minha mão fazia subir o tecido do seu vestido. Tal como o ritmo da música, tudo aconteceu de uma forma rápida. 

Ela apoiou-se numa caixa com garrafas de cerveja, e eu por detrás, marcava o ritmo da música. Se ela tinha um corpo de sonho, o meu olhar estava fixo no seu dedo, e no brilho daquela aliança. Estranhamente, era aquilo que me estava a excitar.

Foi tudo muito rápido, até porque o perigo era grande, e em qualquer momento alguém podia entrar por aquela porta. A ousadia, o medo e o perigo foram a chaves do prazer daquela “rapidinha”. Ela foi deliciosa, e eu nunca irei esquecer a entrega daquela mulher ao prazer. Aqueles cinco minutos, tiveram um sabor muito mais intenso, do que noites inteiras que já vivi com outras mulheres.

No exterior a agitação era grande, e ninguém desconfiou do que tinha acabado de acontecer, mas depois de sentir aquele intenso prazer, havia uma pergunta que não me saia da cabeça: “desculpa, onde está o teu marido?” Ela olhou para mim, com um sorriso marcado com o pecado que tínhamos acabado de cometer, retirou a aliança do dedo, e fez-me ler o nome que estava gravado no interior daquela aliança.

“Eu não acredito!!!!!”… ela voltou a coloca-la a aliança no dedo e disse: “é melhor te ires embora, e os últimos 15 minutos da nossa vida nunca aconteceram…obrigado, xau” Ela era casada com um dos DJ’s que estava de serviço naquele evento, e o nosso momento quente aconteceu exactamente ao som da sua música. Foi o próprio marido, que marcou o ritmo do nosso prazer. Aquele castelo ficou com mais uma história para contar…

Foto: _ (Corbis.com)