* Nas Nuvens

Se há coisas que eu adoro fazer, é conduzir sozinho o balão de Ar Quente do meu tio Antão. Ele quando era mais novo, fazia longas e demoradas viagens, e por vezes eu acompanhava-o, e ele ensinava-me a arte de manusear aquele aparelho.

Entretanto, o meu tio Antão ficou mais velho e doente e decidiu que aquele balão ficaria para mim. Foi com muito orgulho que recebi aquela oferta de uma pessoa tão especial.

No centro de recolhimento onde o meu tio estava internado, ele contava a toda a gente as suas aventuras de balão, e a Enf. Ângela gostava sempre de ouvir as suas histórias, e confessava que adorava se sentir assim livre, no ar, nas nuvens, longe de todos os problemas da vida. O meu tio Antão disse-lhe logo, que eu seria um excelente cicerone, para a levar ao céu.

Combinei com ela no sábado, às 15h, e apesar de estar um dia lindo, o vento impedia que levantássemos voo. Tivemos de aguardar em terra que o vento acalmasse, e até foi bom, pois assim conversamos um pouco, e eu fiquei a conhecer melhor a Ângela. 

Fiquei fascinado com intelecto daquela jovem enfermeira, inteligente, perspicaz e ousadamente provocante. Ela dizia constantemente diversas frases que deixavam a dúvida no ar. Qual seria o significado daquelas insinuações? Eu fingia não perceber…

Bem, o vento acalmou, e começamos a subir. Eu adorava aquela sensação. A Ângela inicialmente assustou-se um pouco e acabou por se agarrar a mim. Será estranho se eu disser que foi o abraço que mais adorei até hoje? Meigo, carinhoso, ternurento….

Eu acalmei-a e continuamos a subir, e quando chegamos à altura perfeita, iniciamos a viagem à velocidade de cruzeiro. Ela estava fascinada. O Sol iniciava rapidamente o seu caminho em direcção ao mar, e ficamos os dois, em silêncio, a apreciar esse incrível desígnio da natureza.

O silêncio deu origem a um novo abraço, novamente meigo e carinhoso. Penso que terá sido uma ordem da natureza, e os nossos lábios tocaram-se. As nossas línguas entrelaçaram-se Naquele abraço, as minhas mãos agarraram aquele rabo com força, e senti que ela gostou da minha reacção. 

O seu vestido negro e o seu decote estavam a transtornar-me. Quando coloquei a minha mão na sua perna, e senti aquelas ligas, perdi o controlo por completo. Agarrei-a e sentei-a no meu colo.

A minha mão subiu na sua perna, e os meus dedos sentiram uma incrível fonte de calor. Era exactamente ali que eu tinha se tocar, era ali que eu ia entrar. Era ali que estava o prazer. Desviei-lhe aquele tecido, e o meu dedo tocou-lhe, e acabou por entrar. Perfeito.

O meu dedo saiu, e eu fiz questão de o levar à boca para sentir aquele sabor, e para aumentar ainda mais a minha vontade de a saborear. Ela debruçou-se no cesto do balão, eu fiz-lhe subir o tecido de cetim daquele vestido, e por detrás, entrei dentro daquele corpo bronzeado e delicioso. Se o Sol estava a desaparecer no Mar, eu estava a desaparecer dentro do corpo da Ângela.

Ela era uma deliciosa mulher que estava a adorar sentir o embate do meu corpo no seu, sinal de penetrações fortes, intensas e profundas. Facilmente se conseguia ouvir o barulho do excesso de lubrificação no contacto dos dois corpos. 

As minhas mãos apertavam a sua cintura, e ela gemia e gritava fortemente neste nosso livre contacto com a natureza. E será possível um homem resistir quando ouve uma mulher a gritar bem alto, ordenando para deixar tudo dentro de si? Eu não resisti, e ofereci-lhe o meu orgasmo de uma forma incrivelmente profunda. Ela ficou a pingar nas nuvens…

A Ângela foi sem dúvida uma mulher que me marcou, e desde essa tarde, fui visitar muitas vezes o meu Tio Antão… e aquelas visitas às vezes acabavam tão bem…

Foto: Peter Figuer (Corbis.com)